Mercados

Dólar sobe a R$3,30 após dados da economia dos EUA

Foi a terceira semana seguida em alta, período no qual acumulou 5,02%

Dólar: "A grande dúvida agora é 2018, se haverá dois ou três aumentos de juros" (Dado Ruvic/Reuters)

Dólar: "A grande dúvida agora é 2018, se haverá dois ou três aumentos de juros" (Dado Ruvic/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 3 de novembro de 2017 às 17h18.

São Paulo - O dólar subiu para seu maior patamar em quatro meses ao encerrar em 3,30 reais nesta sexta-feira, influenciado pela elevação da moeda no exterior após dados sobre manufatura e serviços norte-americanos mais fortes do que o esperado reverterem o efeito dos dados de emprego do início da sessão.

O dólar avançou 1,32 por cento, a 3,3071 reais na venda, maior nível desde os 3,3102 de 4 de julho passado. Na semana, acumulou valorização de 1,95 por cento. Foi a terceira semana seguida em alta, período no qual acumulou 5,02 por cento.

Na mínima, marcou 3,2490 reais e, na máxima, 3,3361 reais. O dólar futuro subia 1,07 por cento.

"Houve uma zeragem de posições vendidas acompanhando o avanço da moeda lá fora", comentou um operador de uma corretora local.

O euro virou para o negativo ante o dólar, caindo para seu nível mais baixo do dia depois dos dados de encomendas à indústria e ISM serviços, enquanto o dólar subiu para as máximas da sessão ante uma cesta de moedas após os números.

O dólar tinha ainda forte alta ante divisas de países emergentes, como o rand sul-africano, a lira turca e o peso mexicano.

Mais cedo, a moeda chegou a operar em queda depois que os dados do mercado de trabalho norte-americano em outubro ficaram abaixo das expectativas dos especialistas, porém sem afastar a perspectiva de nova alta de juros no país em dezembro.

"Eventos como furacões geram volatilidade e já era esperada uma recuperação, mas ela não foi tão forte como se acreditava", pontuou o economista da corretora Guide Ignácio Crespo Rey.

A criação de vagas de trabalho fora do setor agrícola atingiu 261 mil no mês passado, número mais alto desde julho de 2016, mas ficou abaixo da expectativa de economistas de criação de 310 mil postos de trabalho.

A taxa de desemprego caiu para perto da mínima de 17 anos de 4,1 por cento porque as pessoas deixaram a força de trabalho. Ainda assim, os dados não mudaram as expectativas de que o Federal Reserve elevará a taxa de juros em dezembro.

"A grande dúvida agora é 2018, se haverá dois ou três aumentos de juros", disse um gestor da mesa de derivativos de uma corretora doméstica.

Essa perspectiva para os juros levará em conta a nova gestão no Federal Reserve. O presidente dos EUA, Donald Trump, indicou na quinta-feira o centrista Jerome Powell para substituir Janet Yellen como chair do Fed, sinalizando continuidade da postura cautelosa dela em relação à política monetária.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCâmbioDólarEstados Unidos (EUA)Fed – Federal Reserve System

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney