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Dólar sobe a R$3,61 e salta 5% em maio

O dólar fechou esta em alta de quase 1 por cento frente ao real e marcou o maior avanço mensal desde setembro


	Nota de dólar: dólar avançou 0,96 por cento, a 3,6123 reais na venda
 (leviticus/Thinkstock)

Nota de dólar: dólar avançou 0,96 por cento, a 3,6123 reais na venda (leviticus/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2016 às 17h21.

São Paulo - O dólar fechou esta terça-feira em alta de quase 1 por cento frente ao real e marcou o maior avanço mensal desde setembro, sucumbindo às preocupações a cena política após a queda de mais um ministro do governo interino de Michel Temer e o indiciamento do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco.

Operadores acreditam que a moeda norte-americana pode até mostrar algum alívio no caso de um noticiário mais tranquilo, mas não deve voltar abaixo de 3,50 reais tão cedo. Por outro lado, mais surpresas no campo político podem levar a divisa a engrenar em trajetória de alta.

O dólar avançou 0,96 por cento, a 3,6123 reais na venda, após chegar a 3,6386 reais na máxima da sessão. A moeda norte-americana acumulou alta de 5,01 por cento em maio, a maior mensal desde setembro (+9,33 por cento) e interrompendo três meses consecutivos de queda.

O dólar futuro avançava cerca de 1,2 por cento no final desta tarde.

"Vai demorar muito até que a política não seja o tema número um na agenda do mercado", resumiu o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.

Operadores temem que o clima de instabilidade política possa dificultar a campanha do governo por apoio a medidas de austeridade fiscal no Congresso Nacional, que muitos entendem ser a chave para a recuperação da economia brasileira.

Essas preocupações ganharam ainda mais força na noite passada, quando Fabiano Silveira pediu demissão do seu cargo no Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle após o vazamento de declarações dele criticando a operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção centrado na Petrobras envolvendo políticos e empresários de alto escalão.

Na semana passada, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) também teve de deixar o comando do Ministério do Planejamento por motivos parecidos.

"É o segundo ministro que cai em um período curtíssimo de tempo. Isso não é boa notícia para a credibilidade do governo", disse mais cedo o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.

O ânimo dos investidores sofreu mais um baque à tarde, quando a PF indiciou Trabuco no âmbito da operação Zelotes, que investiga suspeitas de manipulação de julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e o suposto pagamento de propina para a edição de medidas provisórias.

"Acho que ninguém esperava isso. Todo mundo estava alerta em cima dos políticos e aparece algo como isso em um dos bancos mais sólidos do país", disse o operador da corretora Ativa Arlindo Sá.

Na primeira metade da sessão, a alta do dólar foi limitada com a briga pela formação da Ptax de maio. A taxa calculada pelo Banco Central serve de referência para série de contratos cambiais e operadores costumam disputar para deslocá-la a patamares mais favoráveis a suas posições.

Três operadores de grandes bancos nacionais e internacionais consultados pela Reuters afirmaram que a pressão de baixa sobre a moeda norte-americana foi mais forte do que a de alta na disputa pela formação da taxa. O BC ofertou nesta tarde até 4,7 bilhões de dólares com compromisso de recompra, mas o impacto do anúncio foi pequeno nos negócios, já que a operação teve como fim rolar contratos já existentes.

O BC não atuou no mercado nas sete sessões anteriores. Antes disso, vinha agindo principalmente por meio de swaps cambiais reversos, que equivalem a compra futura de dólares, especialmente quando a moeda norte-americana recuava abaixo de 3,50 reais.

Texto atualizado às 17h21
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