Dólar: a China desvalorizou sua moeda em quase 2 por cento (Ingram Publishing/ThinkStock)
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2015 às 12h53.
São Paulo - O dólar avançava cerca de 2 por cento e voltava acima de 3,50 reais reais nesta terça-feira, após a China surpreender e promover forte desvalorização do iuan, golpeando boa parte das moedas emergentes nos mercados globais.
Às 12j10, o dólar avançava 1,84 por cento, a 3,5061 reais na venda, após recuar quase 2 por cento na sessão passada e fechar abaixo de 3,50 reais. Na máxima desta sessão, a divisa chegou a 3,5100 reais, alta de 1,95 por cento.
"A inesperada desvalorização na China está provocando ampla aversão ao risco nos mercados, com os agentes considerando as implicações para a demanda global por commodities, a inflação e o balanço de riscos ao crescimento", escreveram analistas do Scotiabank em nota a clientes.
A China desvalorizou sua moeda em quase 2 por cento, em uma medida que classificou como reforma para liberalizar os mercados.
Números fracos sobre a segunda maior economia do mundo e o tombo da bolsa do país têm gerado preocupação com o crescimento chinês e o iuan mais fraco pode servir de estímulo à atividade, incentivando exportações.
Moedas ligadas a commodities, como o dólar australiano e o peso chileno, estavam entre as que mais sofriam nesta sessão.
"A questão da China predomina, o efeito é muito forte", disse o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.
O movimento era forte o suficiente para ofuscar o alívio em relação à grave crise política no Brasil, que vem impulsionando a moeda norte-americana nas últimas semanas.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou na véspera que a discussão sobre eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff não é prioridade do Congresso Nacional e que priorizar este assunto é o mesmo que colocar fogo no país.
Segundo operadores, o apoio de Renan ao governo pode atenuar os atritos entre o Executivo e o Legislativo.
O Banco Central deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais, vendendo a oferta total de até 11 mil contratos, que equivalem a venda futura de dólares. Ao todo, já rolou 2,767 bilhões de dólares, ou cerca de 28 por cento do total que vence no mês que vem.