Dólar: no fim do pregão, o dólar à vista subiu 1,71%, aos R$ 3,1520; o volume de negócios totalizava US$ 1,510 bilhão no balcão, perto das 16h30. (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 26 de maio de 2015 às 18h03.
São Paulo - O dólar fechou em alta de mais de 1% em relação ao real nesta terça-feira, 26, ajudado pela valorização registrada ante outras moedas internacionais em meio à expectativa de alta dos juros nos Estados Unidos, preocupações com o andamento do ajuste fiscal no Brasil e pela rolagem pelo Banco Central dos contratos de swaps cambiais em junho.
No fim do pregão, o dólar à vista subiu 1,71%, aos R$ 3,1520. O volume de negócios totalizava US$ 1,510 bilhão no balcão, perto das 16h30. No mercado futuro, o dólar para junho registrou alta de 1,71%, aos R$ 3,1560.
A alta do dólar no Brasil esteve alinhada desde cedo à forte valorização da moeda ante seus pares internacionais, após a divulgação de indicadores econômicos positivos reforçarem o temor dos investidores com um início do ciclo de aperto monetário nos EUA ainda neste ano.
As encomendas norte-americanas de bens duráveis recuaram 0,5% entre março e abril, mas o dado de março em relação a fevereiro foi revisado para alta de 5,1%, ante avanço de 4,4% calculado inicialmente.
As vendas de moradias novas nos EUA subiram 6,8% em abril, acima da previsão de +6,0%, e a confiança do consumidor medida pelo Conference Board avançou a 95,4, ante previsão de recuo para 95,0.
Internamente, as preocupações com o cenário político e o programa de ajuste fiscal também beneficiaram o dólar em relação ao real. Na pauta de hoje do Senado está a votação das Medidas Provisórias 664, 665 e 668, relativas ao ajuste.
A previsão é de que a primeira MP a ser apreciada será a 665, que restringe acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial, e depois a 664. Por fim, deve entrar para votação a MP 668, que trata entre outras coisas, do aumento das alíquotas de PIS/Cofins de produtos importados.
Os investidores do câmbio monitoram ainda possíveis sinalizações do Banco Central em relação à rolagem dos contratos de swaps cambiais no próximo mês. Em audiência nesta tarde no Congresso Nacional, o presidente da instituição, Alexandre Tombini, lembrou apenas do fim do programa de swap cambial, encerrado em março, e disse que a estratégia foi importante instrumento para agentes públicos.
A exposição de Tombini foi acompanhada de perto pelos agentes mas teve pouco impacto no mercado de câmbio, visto que o discurso dele foi praticamente o mesmo apresentado na última sexta-feira, em evento no Rio de Janeiro.
A autoridade afirmou que a economia brasileira passa por um período de transição e que a inflação voltará a convergir para o centro da meta no fim de 2016. "A política monetária está desenhada para que ajustes sobre inflação fiquem circunscritos ao curto prazo", ressaltou.