Dólar: moeda passou de R$ 4 nesta quinta, depois que a agência de risco Standard & Poor's rebaixou o rating do Brasil de "BB+" para "BB" (Thinkstock/Ingram Publishing)
Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2016 às 19h58.
São Paulo - O dólar fechou em alta frente ao real nesta quinta-feira, pressionado por preocupações com a situação fiscal do Brasil e por incertezas políticas, potencializadas pelo novo rebaixamento da nota do Brasil na véspera.
O dólar avançou 1,38 por cento, a 4,0490 reais na venda, após atingir 3,9743 reais na mínima da sessão e 4,0520 reais na máxima. A moeda norte-americana havia recuado quase 2 por cento na véspera.
"Consideráveis" desafios políticos e econômicos levaram a Standard & Poor's a rebaixar, no final da tarde passada, a nota de crédito do Brasil para "BB", de "BB+", e manter a perspectiva negativa.
A reação nos mercados na véspera foi limitada porque o país já era classificado como grau especulativo pela agência, mas alguns investidores usavam nesta sessão a notícia como gatilho para voltar a comprar dólares após a intensa queda vista na quarta-feira.
"O 'downgrade' veio muito perto do fim do pregão, o movimento de ontem foi muito instintivo.
Agora, o mercado teve tempo de pensar e pode se ajustar enquanto avalia se o corte estava no preço", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.
O real vem sendo pressionado sobretudo por preocupações com as perspectivas fiscais do Brasil.
Investidores temem que turbulências políticas levem o governo a afrouxar a austeridade que vem prometendo.
A moeda norte-americana ampliou os ganhos durante a tarde após a divulgação de dados sobre petróleo nos Estados Unidos.
Mais cedo, o dólar havia recuado contra as principais moedas emergentes diante de expectativas de congelamento na produção da commodity.
"O cenário externo começou o dia bastante positivo, mas piorou à tarde, e o real seguiu esse embalo", disse o operador de uma corretora internacional.
Nesta manhã, o Banco Central promoveu mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em março, vendendo a oferta total de 11,9 mil contratos.
Ao todo, a autoridade monetária já rolou 6,387 bilhões de dólares, ou cerca de 63 por cento do lote total, que equivale a 10,118 bilhões de dólares.