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Dólar sobe 0,57% e encosta em R$3,40 com fluxo e exterior

Na semana, a moeda norte-americana acumulou alta de 0,52%, depois de ter caído 2,87% na anterior

Dólar: os investidores monitoraram ainda o cenário político brasileiro conturbado (Mark Wilson/AFP)

Dólar: os investidores monitoraram ainda o cenário político brasileiro conturbado (Mark Wilson/AFP)

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Reuters

Publicado em 16 de dezembro de 2016 às 18h13.

São Paulo - O dólar encerrou a sexta-feira em alta ante o real, pressionado por fluxo de saída e seguindo o comportamento do exterior, mantendo o movimento visto na véspera após o aperto monetário nos Estados Unidos.

Os investidores monitoraram ainda o cenário político brasileiro conturbado.

O dólar avançou 0,57 por cento, a 3,3906 reais na venda, após ter subido 1,14 por cento na véspera. Na semana, a moeda norte-americana acumulou alta de 0,52 por cento, depois de ter caído 2,87 por cento na anterior.

Na mínima desta sessão, o dólar marcou 3,3432 reais num movimento de correção e, na máxima, 3,4129 reais. O dólar futuro subia cerca de 0,6 por cento neste final de tarde.

"É uma sexta-feira um pouco mais pacata e o dólar voltou a ficar pressionado lá fora. O comunicado do Fed mudou um pouco o paradigma do mercado, empurrou o dólar mais para cima", afirmou o operador de um banco nacional.

No final da tarde de quarta-feira passada, o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, elevou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual e sinalizou ritmo mais rápido de altas em 2017, em meio a promessas do presidente eleito Donald Trump de impulsionar o crescimento por meio de cortes de impostos, aumento de gastos e desregulamentação.

A chair do Fed, Janet Yellen, disse a eleição de Trump colocou o Fed sob uma "nuvem de incerteza" e levou algumas autoridades a mudar sua visão sobre o que está por vir. O banco central do país vê agora três aumentos da taxa de juros em 2017 em vez de dois como previsto em setembro.

No exterior, o dólar subia frente a algumas moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

Juros mais altos nos Estados Unidos tendem a atrair recursos aplicados atualmente em outros mercados, como o brasileiro.

"Além do externo, fluxo pontual de saída acabou pressionando as cotações, ainda mais com o volume mais fraco do mercado nesta sessão", comentou um profissional de câmbio de uma corretora doméstica.

Internamente, os investidores têm preferindo focar no andamento das medidas de ajuste no Congresso, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento do gasto público por 20 anos e foi aprovada, mas a cautela continuava como pano de fundo em meio ao nervosismo com denúncias envolvendo o presidente Michel Temer.

"O sentimento de que o governo brasileiro vem conseguindo aprovar medidas no Congresso, mesmo em meio às turbulências, contribui para o recuo da moeda (norte-americana)", comentou pela manhã o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

Profissionais chamaram a atenção para a perda de fôlego dos mercados daqui para a frente, já com muitos investidores entrando de férias, o que deve enxugar consideravelmente o volume até o final do ano.

O Banco Central brasileiro, pela terceira vez seguida, não anunciou nenhuma intervenção no mercado de câmbio nesta sessão.

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