Dólar: após precificar parcialmente essa possibilidade na quarta-feira, 13, o dólar segue rondando os R$ 3,32 (Dado Ruvic/Illustration/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de dezembro de 2017 às 10h33.
São Paulo - O mercado de câmbio opera na retranca em relação à reforma da Previdência, após sinais de que a votação poderá ser adiada para fevereiro, o que eleva a chance da proposta ficar para ser votada apenas 2019, por causa de interesses eleitorais no ano que vem.
Após precificar parcialmente essa possibilidade na quarta-feira, 13, o dólar segue rondando os R$ 3,320 - nível que reflete cautela.
Às 9h55 desta quinta-feira, 14, o dólar à vista caía 0,27%, aos R$ 3,3138, enquanto o dólar futuro de janeiro subia 0,11%, aos R$ 3,3185.
A falta de direção única do dólar reflete ajustes porque na quarta o contrato futuro fechou aos R$ 3,3195, abaixo do preço à vista, de R$ 3,3228, o que não é usual.
No exterior, o viés de alta do dólar predomina em relação às principais divisas emergentes e ligadas a commodities.
Há expectativas pela leitura do relatório da reforma que o deputado Arthur Maia disse que fará na sessão desta quinta. Mas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), adiantou na quarta que o relator da reforma vai ler seu novo texto da proposta, mas não haverá oficialmente a discussão, rito regimental que antecede a votação.
A discussão e votação de fato do texto devem ficar para fevereiro de 2018, como antecipou ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) na quarta à tarde o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). O acerto ficou para ser fechado nesta quinta-feira entre Maia, o presidente Michel Temer e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Mas os níveis de preços do dólar podem estimular algumas vendas da moeda por tesourarias e exportadores com necessidade de caixa. Contudo, eventual redução de posições compradas poderá ser parcial.
O dólar opera com viés de alta no exterior. E investidores devem olhar as reações do euro, da libra e do dólar às decisões de política monetária do Banco Central Europeu (10 horas, de Brasília) e do Banco da Inglaterra (10h45).
Logo depois, a entrevista do presidente do BCE, Mario Draghi, será monitorada (11h30) assim como as projeções econômicas que serão divulgadas pela instituição.
Ganha maior importância nesta quinta também a reunião da cúpula de líderes da União Europeia para discutir o Brexit, a saída do Reino Unido da UE (10h15).
Na quarta à noite, a primeira-ministra britânica, Theresa May, teve sua primeira grande derrota legislativa em relação ao Brexit.
A Câmara dos Comuns - equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil - mudou o projeto de lei sobre o Brexit e agora definiu que quem dará a palavra final sobre o acordo fechado com a UE será a Casa.
Apesar do golpe, a premiê tentará avançar para uma segunda fase das negociações com líderes do bloco.
Depois da alta de 0,25 ponto dos juros americanos na quarta-feira, para 1,25% a 1,50%, e a previsão de mais três aumentos em 2018, anunciados pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), os BCs da China e Hong Kong também aumentaram suas taxas de juros nesta quinta.