Dólar: moeda quebrou sequência de queda no fim do ano passado e abriu 2020 com valorização (JamieB/Getty Images)
Reuters
Publicado em 2 de janeiro de 2020 às 17h27.
Última atualização em 2 de janeiro de 2020 às 17h58.
O dólar subiu na primeira sessão de 2020, fechando acima de 4,02 reais e quebrando uma série de quedas que derrubou a cotação no fim do ano passado ao menor patamar desde o começo de novembro.
O ajuste para cima ocorreu em sintonia com o movimento externo, onde a moeda também passava por correção após seguidas baixas. Um índice do dólar contra uma cesta de divisas havia caído recentemente ao menor patamar desde julho.
O dólar interbancário fechou em alta de 0,32%, a 4,0258 reais na venda. Na B3, o dólar futuro tinha variação positiva de 0,04%, a 4,0255 reais. No exterior, o índice do dólar frente a seis rivais tinha alta de 0,43%.
O início desta sessão foi de dólar entre estabilidade e leve baixa, com a moeda recuando a 4,0047 reais na venda na mínima do dia. Mas por volta de 10h as compras ganharam tração até que, em torno de 14h, o dólar alcançou a máxima do dia (4,0418 reais na venda).
Às 10h foram divulgados dados que mostraram forte desaceleração na atividade do setor manufatureiro brasileiro em dezembro, esfriando um pouco o otimismo sobre recentes sinais de retomada da economia.
Profissionais do mercado têm citado as expectativas de fortalecimento da economia como um suporte à taxa de câmbio, já que tal movimento poderia atrair mais fluxo de capital --com consequente aumento da oferta de moeda no país.
A maior oferta de dólar seria bem-vinda. Números do Banco Central divulgados mais cedo apontaram que o Brasil já acumula saída líquida de pouco mais de 43 bilhões de dólares em 2019 até 27 de dezembro. Isso coloca o país a caminho do pior ano para o fluxo cambial desde pelo menos 1982.
A expectativa de mais ofertas de ações em 2020 e algum alívio adicional em tensões comerciais no exterior, porém, alimentam esperanças de uma melhora no fluxo cambial. O mercado projeta taxa de 4,08 reais ao fim de 2020, segundo a mais recente pesquisa Focus do Banco Central.
O provedor de serviços financeiros Ashika Group cita em relatório que o real está em terceiro lugar entre as moedas preferidas nos mercados emergentes para 2020, atrás apenas do rublo russo e da rupia indonésia .