EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2011 às 10h45.
São Paulo - O dólar despencava a 1,53 real nesta terça-feira, caindo pela sexta sessão consecutiva e renovando a mínima em 12 anos, conforme o mercado testava a disposição do governo em tomar medidas cambiais. A debilidade da moeda no exterior amparava o movimento.
Às 10h29, a cotação caía 0,63 por cento, a 1,5345 real na venda. Na mínima do dia, a divisa atingiu 1,5284 dólar, em queda de 1,02 por cento.
Trata-se do menor patamar intradia desde 19 de janeiro de 1999, quando o dólar cedeu a 1,5200 real na mínima.
"E não vai parar", disse o operador de câmbio de uma corretora paulista, pedindo anonimato, referindo-se à desvalorização do dólar.
"Pelo visto, devemos ir mais para baixo. Suponha que seja aprovado (e será) o teto da dívida lá nos EUA. Isso vai trazer tranquilidade aos mercados, que vão querer mais ativos de risco. E para onde eles vão vir? Brasil. Vão trazer mais dólares", acrescentou.
Numa tentativa de barrar a queda desenfreada da moeda norte-americana, o Banco Central anunciou um leilão de compra de dólares a termo, que consiste na aquisição de dólares numa data marcada.
Mais cedo, o BC havia anunciado pesquisa de demanda às 18h desta terça-feira para avaliar condições visando um possível leilão de swap cambial reverso, na quarta-feira.
O swap cambial reverso é um derivativo que funciona como uma compra de dólares no mercado futuro pelo Banco Central.
Para a equipe de estrategistas cambiais do BNP Paribas, os patarames 1,52 real e 1,53 real merecem atenção.
"A intervenção verbal se intensificou desde ontem no Brasil, e o BC atuou três vezes no câmbio", afirmou a equipe em relatório. "Esperamos mais medidas cambiais num futuro próximo, bem como uma ação mais agressiva do BC nos próximos dias.
Consequentemente, alguma correção no dólar é provável, mas não esperamos que seja muito forte." A questão cambial segue como uma preocupação para o governo. Em evento na capital paulista na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reiterou que todas as medidas necessárias serão tomadas para que a valorização excessiva do real não afete ainda mais a indústria local e os exportadores.
No entanto, parte do mercado acredita que o governo pode evitar medidas mais incisivas nos próximos dias depois de a presidente Dilma Rousseff dizer que não é hora de adotar ações para conter a valorização do real, uma vez que o cenário externo ainda está envolto de incertezas.