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Dólar fecha em novo recorde depois de superar R$ 5,87 com corte de juros

Fala de Paulo Guedes sobre colapso da economia brasileira também contribuiu para a alta da moeda

Dólar: Selic chega a 3% e atinge nova mínima histórica (Getty Images/Getty Images)

Dólar: Selic chega a 3% e atinge nova mínima histórica (Getty Images/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 7 de maio de 2020 às 17h10.

Última atualização em 7 de maio de 2020 às 18h03.

O dólar fechou mais uma vez em alta contra o real, nesta quinta-feira, 7, após Comitê de Política Monetária reduzir a taxa básica de juro Selic em 75 pontos base, para 3% ao ano. O corte, mais agressivo do que o aguardado pelo mercado, fez o dólar comercial disparar 2,4% e encerrar cotado a 5,840 reais, estabelecendo um novo recorde de fechamento. O dólar turismo avançou 2,5%, a 6,08 reais.

Por volta das 11h, o movimento de alta chegou a se intensificar, após o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmar que a economia brasileira "está começando a colapsar" devido ao coronavírus. Na máxima, a moeda americana tocou os 5,872 reais e bateu o recorde intradiário.

"O ponto é que os juros em queda, além de não serem efetivos no combate à crise, estão cobrando um preço alto no câmbio", afirmou, em nota, André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos.

“O corte de juros acaba desvalorizando a moeda local. E mais do que isso, eles deixaram em aberto um novo corte de 75 pontos base para a próxima reunião”, afirmou Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti. Caso isso ocorra, a mínima histórica da taxa de juro seria renovada para 2,25% ao ano. “Se cortar, o Brasil passa a ter juros reais [que desconta os efeitos inflacionários] negativos, aí o investidor sai do país”, disse.

Embora possa acelerar a atividade econômica, o corte de juros tende a diminuir a atratividade de títulos brasileiros frente aos de outros países que pagam retornos maiores, como o México e a Turquia, com taxas de juro de 6% e 8,75%, respectivamente. 

Na atual taxa de juros, Ruik já não vê mais chance de entrada de dólares por meio de operações de carry trade, que visa tomar dinheiro em economias com taxas de juro menores e aplicar em países que pagam retornos maiores. “O carry trade nem existe mais. Mas a atual taxa assusta os [investidores estrangeiros] que já estão aqui, e vão embora”, afirmou. 

Apesar do câmbio desfavorável, o dia é positivo para a maioria as moedas emergentes, que se valorizaram contra o dólar. O bom humor internacional se deve aos dados de importação e exportação da China, que ficaram acima do previsto.

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