Dólar: "O mercado está bem atento ao que está acontecendo lá fora e o destaque é a alta bastante firme dos juros dos Treasuries" (Getty Images/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2016 às 09h47.
Última atualização em 29 de novembro de 2016 às 20h54.
São Paulo - O dólar operava em alta de mais de 1 por cento ante o real na manhã desta segunda-feira, com os investidores ainda se desfazendo posições de países emergentes, como o Brasil, após a vitória de Donald Trump à Presidência norte-americana e em meio à disparada dos rendimentos dos Treasuries.
Às 11:55, o dólar avançava 1,13 por cento, a 3,4305 reais na venda, depois de subir 7 por cento nos últimos três pregões. O dólar futuro subia cerca de 1,1 por cento.
Na máxima do dia, a moeda norte-americana bateu 3,4752 reais, com alta de 2,44 por cento.
"O mercado está bem atento ao que está acontecendo lá fora e o destaque é a alta bastante firme dos juros dos Treasuries", comentou o economista da corretora BGC Liquidez, Alfredo Barbutti.
Em sua campanha à Presidência, Trump prometeu criação de empregos principalmente por meio de gastos em infraestrutura, o que pode gerar inflação e obrigar o Federal Reserve, banco central norte-americano, a ser mais agressivo em sua política de elevação das taxas de juros. Assim, as taxas dos títulos norte-americanos subiam, com destaque para os de 10 anos.
Juros mais altos nos Estados Unidos têm potencial para atrair recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro. O dólar também subia frente a outras moedas de países emergentes nesta sessão, como o peso mexicano.
Com a forte reação no mercado de câmbio, o Banco Central brasileiro voltou a atuar por meio de swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares.
Neste pregão, vendeu 15 mil contratos para rolar os swaps que vencem em 1º de dezembro.
No entanto, o mercado está de olho em novas atuações, como fez o BC no pregão passado, quando anunciou outros dois leilões de swaps tradicionais.
Desde abril passado ele não usava esse instrumento, atuando apenas por meio de swaps reversos, que equivalem à compra futura de dólares.
O presidente do BC, Ilan Goldfajn, já afirmou que continuará atuando no mercado de câmbio, ressaltando que o estoque de swaps tradicionais é menor hoje em dia, o que dá "conforto" para a ação do BC.
Disse ainda que o câmbio flutuante no Brasil é uma importante ferramenta e repetiu que o BC somente reduzirá o estoque de swaps tradicionais quando as condições de mercado permitirem.
Por causa do feriado da Proclamação da República na terça-feira, a "tendência é de volatilidade e baixos volumes", segundo a corretora Fair, em relatório a clientes.