Dólar: "O evento de amanhã pode ser um catalisador para algum desempenho melhor ou pior" (Ricardo Moraes/Reuters)
Reuters
Publicado em 23 de janeiro de 2018 às 17h21.
São Paulo - A cautela antes do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em segunda instância, que pode afetar a corrida eleitoral deste ano, fez o dólar fechar em alta e se aproximar do patamar de 3,25 reais nesta terça-feira.
O dólar avançou 0,90 por cento, a 3,2381 reais na venda, maior alta desde 12 de dezembro, quando subiu 0,93 por cento. Na máxima do dia, a moeda norte-americana foi a 3,2451 reais.
O dólar futuro tinha alta de cerca de 1 por cento no final do dia.
"O evento de amanhã pode ser um catalisador para algum desempenho melhor ou pior (do que o exterior), mas achamos que a diferença, em caso de um desfecho positivo não será dramática, e teremos tempo de voltar ao risco", disse o diretor de Tesouraria de um grande banco em nota.
O mercado aguardava o resultado do julgamento, na quarta-feira, em segunda instância de Lula em ação do tríplex no Guarujá, pela qual recebeu pena de nove anos e meio de prisão. Se negado seu recurso, o ex-presidente --considerado pelo mercado como menos comprometido com ajuste fiscal-- pode ficar fora da corrida eleitoral.
Até a decisão final, no entanto, a defesa de Lula tem vários recursos para adiar o processo e tentar evitar que, no dia dos registros das candidaturas, em 15 de agosto, ele possa ser considerado inelegível.
"Caso ocorra a absolvição, e este é um cenário possível, deveremos ter movimentos muito fortes (no mercado de câmbio) contra as tendências", trouxe a Wagner investimentos, em relatório, ao citar o cenário considerado menos provável pelo mercado.
Especialistas ouvidos pela Reuters entendem que os mercados financeiros já precificaram uma derrota de Lula agora, e o suficiente para o tornar inelegível agora.
Haverá ajustes nos preços dos ativos caso a decisão da segunda instância defina algo que permita ao ex-presidente leque maior de recursos jurídicos ou mesmo o absolva, mas o cenário externo mais benigno ajudaria a absorver eventuais solavancos.
No exterior, o dólar também subia frente ao algumas divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.