O Banco Central americano atuou de maneira branda mesmo com a entrada contínua de capital (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de março de 2011 às 11h12.
São Paulo - O dólar caía pelo quinto dia consecutivo nesta quinta-feira, aproximando-se novamente do patamar de 1,65 real em meio ao cenário externo benigno e à atuação mais branda do Banco Central nos últimos dias.
Às 10h56, a moeda norte-americana recuava 0,18 por cento, a 1,658 real. No mesmo horário, o dólar tinha variação negativa de 0,05 por cento ante as principais divisas.
"O dólar ainda está preso a uma faixa de variação, e a volatilidade está sendo abafada pela atuação do governo", disse o gerente de operações de um banco estrangeiro.
"Ainda assim, o fluxo de dólares oriundo da Ásia continua firme, desafiando a tese de que haveria uma repatriação gigantesca" depois do terremoto e do tsunami no Japão.
Na véspera, dados do Banco Central mostraram que a entrada de dólares no país alcançou mais de 11 bilhões de dólares em março até o dia 18. O maior atrativo é a alta taxa de juros, que permite operações de arbitragem com o dólar, o iene e outras moedas de economias com juros menores.
A entrada contínua de capitais se vê diante de uma atuação mais branda do BC nos últimos dias. Nas últimas seis sessões, após um período de turbulência e incerteza no exterior por causa do desastre no Japão e da crise na Líbia, o BC fez somente um leilão de compra de dólares por dia.
A atuação mais branda permitiu que os bancos reduzissem as posições vendidas em dólares para cerca de 7 bilhões de dólares às vésperas da adoção do compulsório sobre esse capital.
O mercado, no entanto, monitora de perto a aproximação da moeda do patamar de 1,65 real, tido como fronteira para a ação mais firme do governo. A estratégia de Brasília é evitar uma valorização excessiva do real, que prejudica exportadores.