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Dólar recua para menor nível em 3 meses, a R$3,20

Uma eleição sem a presença de Lula agradaria aos investidores e o mercado tem cautela com a aproximação do julgamento no TRF4

Dólar: a moeda norte-americana também ficou mais barata ante o real na semana, 0,15% (iStock/Thinkstock)

Dólar: a moeda norte-americana também ficou mais barata ante o real na semana, 0,15% (iStock/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 17h19.

Última atualização em 19 de janeiro de 2018 às 17h42.

São Paulo - O dólar terminou seu terceiro pregão consecutivo em baixa, mas manteve-se no patamar de 3,20 reais, com a pressão do ingresso de recursos e da fraqueza da moeda norte-americana no exterior compensada pela cautela em torno do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana.

O dólar recuou 0,26 por cento, a 3,2013 reais na venda, menor patamar de fechamento desde os 3,1898 reais de 20 de outubro passado.

A moeda norte-americana também ficou mais barata ante o real na semana, 0,15 por cento. Foi a quarta semana consecutiva de perdas, período no qual cedeu 3,99 por cento.

O dólar futuro subia cerca de 0,2 por cento. Na mínima do dia, a moeda atingiu 3,1985 reais.

"Essa região de 3,20 reais é difícil de ser furada. Mas se houver uma surpresa favorável ao mercado no dia 24, acredito que isso pode acontecer", avaliou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior, citando a data do julgamento de Lula.

Condenado em primeira instância a 9 anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o ex-presidente pode se tornar inelegível se for condenado em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

Uma eleição sem a presença de Lula agradaria aos investidores, já que ele é visto como menos comprometido com medidas de ajuste fiscal.

"O mercado gostaria de um placar de 3 a 0, mas mesmo que ele seja condenado por 2 a 1 acho que pode manter o viés benigno no câmbio", acrescentou Faria Júnior.

Mesmo depois de o Brasil ter sido rebaixado pela agência de classificação de risco S&P na semana passada e com o cenário político desafiador à frente, que inclui a tentativa de votação da reforma da Previdência, o dólar já acumula queda de 3,41 por cento neste ano.

"Temos visto bastante ingresso de recursos no país e isso ajuda o real a estar mais forte que suas equivalentes no exterior nesta sessão", explicou o gerente da mesa de câmbio do banco Ourinvest, Bruno Foresti.

No exterior, o dólar devolvia a queda de mais cedo e operava com leve alta ante uma cesta de moedas fortes, mas se encaminhava para sua quinta semana consecutiva de perdas --o período mais longo de baixa desde maio de 2015 --, em meio às preocupações com a possibilidade de paralisação do governo dos Estados Unidos se não for aprovado projeto de financiamento.

A Câmara dos Deputados norte-americana aprovou na quinta-feira projeto de lei para financiar as operações do governo até 16 de fevereiro e evitar a paralisação das agências neste fim de semana, quando o financiamento existente vence. O projeto ainda precisa ser aprovado pelo Senado, onde enfrenta um futuro incerto.

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