Notas de dólar: às 9h04, o dólar recuava 0,90%, a 3,3475 reais na venda, após cair 0,83% na véspera (Adam Gault/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 23 de junho de 2016 às 10h57.
São Paulo - O dólar recuava e voltava ao patamar de 3,35 reais nesta quinta-feira, com investidores apostando na permanência do Reino Unido na União Europeia (UE) no dia do referendo que decidirá a questão, aliviando temores de eventuais impactos negativos na economia global que a saída do bloco causaria.
Às 10:21, o dólar recuava 0,63%, a 3,3566 reais na venda. A moeda norte-americana chegou a 3,3391 reais na mínima da sessão, renovando a mínima intradia desde 31 de julho de 2015 (3,3346 reais).
O dólar futuro caía cerca de 0,7%.
"Por enquanto, os mercados parecem precificar maior probabilidade de manutenção do status-quo", escreveram analistas da corretora Guide Investimentos em relatório.
As seções de votação abriram às 6:00 e fecharão às 21:00 (18:00 no horário de Brasília), e os resultados devem ser anunciados pelas 382 áreas de contagem locais na madrugada de sexta-feira.
Pesquisas de opinião recentes vêm mostrando crescente vantagem do voto pela permanência no bloco. Mercados de apostas indicam chances ainda maiores de o Reino Unido continuar como membro da UE.
No Brasil, investidores continuavam testando a disposição do Banco Central de atuar no mercado, embora a autoridade monetária tenha mantido a postura discreta.
Mesmo após o tombo recente da moeda norte-americana, que tende a prejudicar as exportações, o BC anunciou para esta tarde leilão de venda de até 4,4 bilhões de dólares com compromisso de recompra em operação para rolar contratos já existentes -- e que, portanto, não altera as condições de liquidez do mercado.
"Algumas pessoas no mercado entenderam isso como uma sinalização de que os movimentos do câmbio estão corretos, mas só vamos saber com certeza quando essa questão do referendo (britânico) ficar para trás", disse o operador de uma corretora internacional.
No cenário político, investidores repercutiam positivamente a prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, que ocupou cargos do primeiro escalão nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, em novo desdobramento da operação Lava Jato.
Aos olhos de operadores, a operação reduziu as chances de Dilma sobreviver ao processo de impeachment ou de Lula voltar ao poder.
Matéria atualizada às 10h56