Dólar: "Dólar na faixa de 3,20 reais consideramos um bom ponto de venda e os investidores têm aproveitado" (Gary Cameron/Reuters)
Reuters
Publicado em 1 de fevereiro de 2018 às 17h16.
São Paulo - O dólar fechou em queda ante o real nesta quinta-feira, com fluxo vendedor após ter encostado em 3,20 reais na máxima do dia e acompanhando ainda o movimento externo mesmo após comentário sobre inflação mais alta nos Estados Unidos feito pelo Federal Reserve, banco central do país, não ter conseguido tirar a moeda norte-americana de perto da mínima de três anos frente a uma cesta de moedas.
O dólar recuou 0,36 por cento, a 3,1690 reais na venda, depois de tocar 3,1973 reais na máxima da sessão, logo pela manhã. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,50 por cento.
"Dólar na faixa de 3,20 reais consideramos um bom ponto de venda e os investidores têm aproveitado", afirmou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior.
Na véspera, o Fed deixou inalterada a sua taxa de juros, mas informou que a inflação deve acelerar este ano, aumentando as expectativas de que os custos de empréstimo continuarão a subir sob o comando do novo chair, Jerome Powell.
Mesmo assim, o dólar operava em queda ante uma cesta de moedas e divisas de países emergentes. O dólar vem sofrendo diante do esperado aperto nas políticas monetárias em outras partes do mundo, juntamente com crescimento econômico global mais forte, que tem incentivado investidores a colocar mais dinheiro em outras praças.
Internamente, os investidores seguiram atentos às negociações do governo em busca de apoio para aprovar a reforma da Previdência ainda neste mês, mas ainda com ceticismo de que os 308 votos necessários para passar o texto serão conquistados.
O Banco Central brasileiro não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio nessa sessão, com os investidores ainda sob a expectativa de possível rolagem dos 6,154 bilhões de dólares em swap cambial tradicional --equivalente à venda de dólares no mercado futuro-- que vencem em março.
Os últimos leilões para rolagem aconteceram em dezembro, para rolagem de contratos que venceram em janeiro. O estoque total do BC é de 23,796 bilhões de dólares.
Havia também expectativa no mercado nesta sessão sobre a possibilidade de rolagem de contratos de venda com compromisso de compra de dólares que vencem na sexta-feira. Segundo o BC, são ao todo de 3 bilhões de dólares.
"Acho que o BC não tem motivo para rolar tudo porque há fluxo. Se ele rolar tudo, pode pressionar a moeda note-americana para baixo", afirmou Faria Júnior.