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Dólar passa a subir, ainda de olho na cena política e no exterior

Investidores estão cautelosos diante da possibilidade de ministros do presidente Michel Temer serem investigados por corrupção

Dólar: o cenário geopolítico externo e a expectativa de aumento iminente dos juros nos Estados Unidos também pesavam (AFP/Reprodução)

Dólar: o cenário geopolítico externo e a expectativa de aumento iminente dos juros nos Estados Unidos também pesavam (AFP/Reprodução)

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Reuters

Publicado em 6 de março de 2017 às 16h20.

Última atualização em 6 de março de 2017 às 16h54.

São Paulo - O dólar abandonou a queda e passou a subir ante o real nesta segunda-feira, após cessar um fluxo pontual de venda e com os investidores cautelosos com a cena política interna, diante da possibilidade de ministros do presidente Michel Temer serem investigados por corrupção.

O cenário geopolítico externo e a expectativa de aumento iminente dos juros nos Estados Unidos também pesavam.

Às 15:44, o dólar avançava 0,25 por cento, a 3,1228 reais na venda, depois de cair 1,15 por cento na sexta-feira em movimento de correção após saltar a 3,15 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,20 por cento.

Na mínima do dia, o dólar foi a 3,1006 reais e, na máxima, a 3,1272 reais.

"Pela manhã, o mercado cambial tinha poucos negócios, uma operação mais forte de venda entrou e levou a moeda para o negativo", comentou o diretor de operações da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer.

Internamente, a cautela ainda era gerada pelo cenário político, sobretudo após a notícia de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, planeja pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF), talvez já nesta semana, para investigar ministros de Temer e senadores do seu partido PMDB por corrupção.

Nesta lista, deve estar o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, um dos principais auxiliares de Temer e que está afastado por questões médicas.

Ele foi citado pelo ex-assessor especial da Presidência José Yunes como tendo pedido que ele recebesse um "pacote" do doleiro Lucio Funaro em seu escritório, o que deixou o ministro em uma "situação delicada", de acordo com fontes do Planalto.

O temor é que isso atrapalhe as votações de importantes reformas no Congresso, como a da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem.

No exterior, o dólar tinha leve alta ante uma cesta de moedas, com investidores realizando lucros após a alta da divisa norte-americana na semana passada diante da expectativa de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, vai elevar os juros neste mês.

Na semana passada, os mercados ajustaram suas apostas de que o Fed voltará a subir os juros agora, o que tem potencial para atrair a maior economia do mundo recursos aplicados em outras praças financeiras, como a brasileira.

Na sexta-feira passada, a chair do Fed, Janet Yellen, corroborou as apostas de aumento de juros, desencadeando algum movimento de realização de lucros, ao afirmar que uma alta será apropriada caso os dados econômicos a sustentassem.

"Pelo temor de perder o timing e retomar tardiamente a alta dos juros, o Fed deve fazê-lo na reunião deste mês, até mesmo de maneira preventiva a um possível plano econômico fiscalmente expansivo do atual governo", comentou a corretora Infinity em relatório a clientes, referindo-se ao governo do presidente Donald Trump.

As notícias de que a Coreia do Norte disparou quatro mísseis balísticos, sendo que três atingiram águas japonesas, também estavam no foco dos investidores.

O Banco Central brasileiro continuava fora do mercado de câmbio, sem anunciar qualquer intervenção, por ora.

Em abril, vencem o equivalente à 9,711 bilhões de dólares em swaps tradicionais, equivalente à venda futura de dólares, e operadores se questionavam se o BC rolará, mesmo que parcialmente, esses contratos.

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