No mercado futuro, o dólar para abril de 2013 fechou em alta de 0,17%, a R$ 2,0145 (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2013 às 10h21.
São Paulo - A cautela dá o tom aos negócios nesta terça-feira, com investidores atentos à pesada agenda de indicadores dos Estados Unidos, onde os destaques são as vendas de bens duráveis, que vieram melhores do que o esperado, e dados de imóveis.
Além disso há a 5ª Cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, India, China e África do Sul) e a situação do Chipre. O dólar se mantém perto da estabilidade, com leve queda, nos mercados à vista e futuro.
"A divulgação dos indicadores dos EUA provavelmente irá trazer certa volatilidade para o câmbio. Mas na abertura, o dólar deve ficar mais perto da estabilidade", comentou o corretor de tesouraria de um banco nacional.
Confirmando a percepção, às 9h33, o dólar caía 0,10%, a R$ 2,0110. O dólar futuro para abril perdia 0,10%, a R$ 2,0125. Ontem, o dólar à vista fechou em ligeira queda, a R$ 2,0130 no balcão (-0,05%). No mercado futuro, o dólar para abril de 2013 fechou em alta de 0,17%, a R$ 2,0145.
Nos EUA, as encomendas de bens duráveis subiram 5,7% em janeiro, acima da previsão de alta de 4%.
Ainda nesta terça-feira serão divulgados o índice de preços de moradias S&P/Case-Shiller em janeiro (10 horas); a confiança do consumidor da Conference Board em março e vendas de imóveis novos em fevereiro, ambos às 11 horas.
Em relação ao Chipre, o futuro do país permanece uma incógnita, apesar de ter sido fechado acordo entre o governo cipriota e o Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e União Europeia.
O membro do conselho diretor do BCE, Benoît Coeuré, disse que o modelo de resgate ao Chipre, com confisco dos depósitos bancários dos correntistas por meio de taxas, não precisa ser aplicado em outros países da zona do euro.
Suas declarações chegam um dia após o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, ter causado nervosismo nos mercados, dizendo que esse modelo poderia ser aplicado em outras nações do bloco econômico de 17 países europeus.
"Não há risco de contágio, porque a situação do Chipre é única: é um país que era um centro financeiro sem regulamentação fiscal que não existe em outro local da zona do euro", disse, ressaltando que Dijsselbloem estava "errado" em suas afirmações.
De qualquer modo, a situação segue delicada na ilha, como ficou claro com a renúncia do presidente do Banco do Chipre, Andreas Artemis. Os bancos do país permanecerão fechados até quarta-feira e há temores de uma eventual corrida para saques na abertura.
Na África do Sul, os Brics aprovaram acordo de contingenciamento de reserva comum de US$ 100 bilhões.
Também de lá, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que o BNDES esteja com dificuldades de captação no exterior por causa das manobras contábeis feitas pelo governo para garantir o cumprimento da meta fiscal em 2012. "Isso não tem nada a ver", disse, quando questionado sobre o assunto.
Perto das 9 horas, o euro subia a US$ 1,2851, de US$ 1,2854 no fim da tarde de segunda-feira.