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Dólar opera sob cenário de crise política

As maiores preocupações referem-se às dificuldades do governo para aprovar as medidas de ajuste fiscal pretendidas pelo governo


	Notas de dólar: às 9h20 o dólar à vista voltava a cair, a R$ 3,240, em baixa de 0,18%
 (Marcos Santos/USP Imagens/Fotos Públicas)

Notas de dólar: às 9h20 o dólar à vista voltava a cair, a R$ 3,240, em baixa de 0,18% (Marcos Santos/USP Imagens/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 18 de março de 2015 às 10h20.

São Paulo - O dólar subiu levemente logo após abrir em queda modesta. Mas às 9h20 o dólar à vista voltava a cair, a R$ 3,240, em baixa de 0,18%, após iniciar o dia a R$ 3,2430 (-0,09%) e de registrar, em seguida, uma máxima, de R$ 3,2490 (+0,09%).

Com a cena política no foco dos mercados locais, as maiores preocupações referem-se às dificuldades do governo para aprovar as medidas de ajuste fiscal pretendidas pelo governo, apesar da aparente trégua de ontem, além da possibilidade de rebaixamento das notas de crédito do País.

Representantes da agência Fitch, que na terça-feira, 17, ajudou a fortalecer o dólar ante o real durante o dia ao divulgar revisões negativas das suas projeções para o Brasil, reúnem-se às 9h30 com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

O encontro acontece num momento delicado, em que o próprio governo estaria avaliando internamente que o País vive "caos político" e no qual o governo da presidente Dilma Rousseff enfrenta a mais alta taxa de reprovação desde 1992, diante do elevado pessimismo sobre a economia e devido às denúncias de corrupção na Petrobras.

Pesquisa Datafolha com 2.842 entrevistados em 172 municípios do País, realizada nos dois dias seguintes aos protestos do último domingo, mostra que para 62% dos entrevistados a gestão de Dilma é ruim ou péssima.

A desaprovação subiu 18 pontos desde o levantamento anterior, de 3 a 5 de fevereiro. Também a aprovação de Dilma caiu de 23% para 13% - a pior avaliação após o ex-presidente Fernando Collor.

Em uma tentativa de resposta às manifestações, a presidente Dilma Rousseff lança hoje, às 11h30, o pacote de medidas de combate à corrupção.

E o ministro Levy deve anunciar um congelamento de gastos nos ministérios, que pode chegar a R$ 80 bilhões, visando mostrar que o ajuste fiscal não será feito apenas via aumento de impostos.

Isso será possível porque, ontem à noite, o Congresso Nacional aprovou o Orçamento da União para este ano, que agora segue para sanção da presidente Dilma Rousseff.

Também a participação do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em evento em São Paulo será monitorada, mas ele não deve antecipar a estratégia que o BC pretende adotar em relação ao programa de swap cambial antes da reunião do Fed e porque já indicou que uma decisão deverá ser tomada "na última hora".

Em âmbito global, a maior expectativa hoje é pelo comunicado de política monetária do Federal Reserve e a entrevista da presidente da instituição, Janet Yellen, nesta quarta-feira, 18, hoje à tarde.

Não se espera mudança nos juros, que devem ser mantidos entre zero e 0,25% ao ano, mas há chances de eventual retirada do termo "paciente" do documento do Fed, o que seria interpretado como sinal de que o início da alta de juros poderá ocorrer em junho e, em consequência, o dólar poderá se fortalecer.

Do contrário, pode haver um enfraquecimento da divisa dos EUA.

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