"A China é a principal razão do alívio externo, após o governo anunciar medidas de incentivo fiscal", afirmou um gestor de derivativos de uma corretora local (Yekorzh/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 24 de julho de 2018 às 12h20.
São Paulo - O dólar recuava mais de 1 por cento nesta terça-feira, já abaixo de 3,75 reais, acompanhando a cena externa e com os investidores mantendo suas atenções para a cena política local a poucos meses das eleições presidenciais.
Às 12:07, o dólar recuava 1,13 por cento, a 3,7404 reais na venda, depois de atingir a mínima de 3,7354 reais. O dólar futuro tinha desvalorização de cerca de 1,15 por cento.
"A China é a principal razão do alívio externo, após o governo anunciar medidas de incentivo fiscal", afirmou um gestor de derivativos de uma corretora local.
Promessas de Pequim de mais estímulo empurraram os mercados acionários chineses para a máxima de um mês e impulsionavam os mercados emergentes nesta sessão. A China informou que buscará uma política fiscal mais "vigorosa", intensificando seus esforços para apoiar o crescimento frente à guerra comercial cada vez mais acirrada com os Estados Unidos e que poderia causar um duro golpe na economia.
O dólar recuava ante uma cesta de moedas e ante a maioria das divisas de países emergentes, como o peso chileno e o rand sul-africano. Sobre a lira turca, no entanto, o dólar exibia forte alta, após o banco central do país manter a taxa de juros em 17,75 por cento.
Internamente, o cenário político local seguia no foco dos agentes, que recentemente festejaram o apoio dos partidos do blocão ao pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin. O tucano é visto pelo mercado como um político que daria andamento às reformas, sobretudo fiscais.
"Aos poucos, o mercado está querendo melhorar, mas está indo com calma", ponderou outro profissional da mesa de câmbio de outra corretora ao justificar a amplitude da queda ao longo da manhã citando ainda o recente noticiário político que deu fôlego ao candidato tucano. "Vimos algum desmonte de posições compradas (daqueles que apostavam na alta do dólar)", acrescentou.
O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 14 mil swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 11,2 bilhões de dólares do total de 14,023 bilhões de dólares dos contratos que vencem em agosto.