Ibovespa: Bolsa encerrou pregão com alta de 0,67% (Paulo Whitaker/Reuters)
Beatriz Correia
Publicado em 1 de abril de 2019 às 17h23.
Última atualização em 1 de abril de 2019 às 17h46.
O dólar fechou em queda de 1% nesta segunda-feira, 1, começando em baixa um mês marcado por fluxos sazonais de recursos, com dia de relativa tranquilidade no noticiário político doméstico, em meio a uma sessão positiva para moedas emergentes no exterior.
O dólar à vista terminou esta sessão valendo R$ 3,8763 reais na venda. A moeda norte-americana subiu 4,32% em março, maior alta mensal desde agosto de 2018.
Na B3, a referência do dólar futuro cedia nesta segunda-feira 1,43%, a R$ 3,8720 reais. As operações no mercado futuro vão até as 18h (horário de Brasília).
O mercado segue reativo ao noticiário político doméstico em torno da articulação para a reforma das aposentadorias. Mas desde a semana passada o fluxo de notícias ajudou a reduzir preocupações nesse front, o que abriu espaço para o ajuste de baixa do dólar.
A cena externa mais propícia a risco também teve efeito nesta sessão. O índice do dólar contra uma cesta de moedas cedia no fim da tarde, enquanto moedas de perfil semelhante ao real, como peso mexicano e rand sul-africano, valorizavam entre 1% e 2% nesta sessão.
"A maioria dos ativos e das moedas emergentes deve apreciar a partir de agora", disseram estrategistas do Morgan Stanley em nota a clientes, citando dados melhores na China e sinais de progresso nas negociações comerciais entre Pequim e Washington.
No campo doméstico, além do cenário político, o mercado monitora a intensificação das exportações da safra de soja, um dos principais componentes da pauta de exportação do Brasil. Em 2018, abril respondeu, sozinho, por 15% das vendas externas da oleaginosa ao longo do ano.
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), contudo, estima queda de 20% nas receitas em dólar com exportações do complexo soja em 2019 ante 2018. As receitas deverão alcançar 32,820 bilhões de dólares neste ano, contra 40,914 bilhões de dólares em 2018.
O Ibovespa encerrou em alta nesta segunda-feira, influenciado pelo cenário externo positivo para ativos de risco após dados sobre a indústria chinesa aliviarem temores sobre desaceleração no crescimento global, enquanto agentes financeiros aguardam novidades sobre o andamento da reforma da Previdência.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,67%, a 96.054,45 pontos. Na máxima do dia, bateu 96.751,53 pontos. O volume financeiro somou 13,49 bilhões de reais.
As principais bolsas estrangeiras encerraram em alta neste começo de semana, com temores sobre uma desaceleração do crescimento global diminuindo após dados mostrarem que o setor industrial da China voltou inesperadamente a crescer em março pela primeira vez em quatro meses.
Para o analista Filipe Villegas, da corretora Genial, a sessão foi pautada pelo quadro benigno para ativos de risco no exterior e por expectativas sobre o cenário político-econômico doméstico. "Estão todos esperando pela fala do Guedes na CCJ para ter noção do que vem pela frente", afirmou.
A B3 também divulgou nesta segunda-feira a primeira prévia da carteira do Ibovespa que irá vigorar de maio a agosto, mostrando a entrada das ações de Azul PN e IRB ON, enquanto LOG foi excluída.
- GERDAU PN subiu 6,21%, maior alta do Ibovespa, tendo no radar relatório do BTG Pactual, no qual os analistas afirmam ter confirmado com fontes do setor que a siderúrgica está aumentando preços de aço longo em 10 por cento.
- VALE avançou 3,28%, sustentada pela alta nos preços do minério de ferro na China, apesar das incertezas sobre a segurança de suas barragens no Brasil..
- BRADESCO PN subiu 0,81%, ajudando no fechamento positivo dado o seu peso relevante no Ibovespa, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN fechou estável.
- PETROBRAS PN caiu 0,21%, enquanto PETROBRAS ON perdeu 0,9 por cento, tendo de pano de fundo noticiário de que a Caixa Econômica Federal começou a convidar bancos de investimento para apresentar propostas para coordenar a venda de sua participação de cerca de 9 bilhões de reais na estatal.