Dólar: às 11:05, o dólar avançava 0,50 por cento, a 3,2824 reais na venda, após cair 0,18 por cento na sessão anterior (Adam Gault/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 3 de agosto de 2016 às 11h24.
São Paulo - O dólar avançava frente ao real nesta quarta-feira, pressionado por preocupações com a capacidade do governo do presidente interino Michel Temer de aprovar no Congresso Nacional medidas de austeridade fiscal.
O movimento também vinha em linha com a alta da moeda norte-americana nos mercados externos após dados mais fortes que o esperado sobre o emprego nos Estados Unidos.
Às 11:05, o dólar avançava 0,50 por cento, a 3,2824 reais na venda, após cair 0,18 por cento na sessão anterior. O dólar futuro subia cerca de 0,75 por cento nesta manhã.
"Está crescendo a desconfiança do mercado de que não vai ser nem um pouco fácil para o governo conseguir apoio no Congresso para as medidas necessárias", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.
Na noite passada, a Câmara dos Deputados adiou para a semana que vem a votação do projeto de renegociação das dívidas dos Estados junto à União, mesmo após o governo ceder em alguns pontos. Investidores temem que o atraso reflita dificuldade mais ampla do governo para obter consenso entre os parlamentares, possível entrave para o ajuste das contas públicas.
O movimento do dólar no Brasil também vinha em reação à criação maior que esperada de vagas no setor privado dos Estados Unidos em julho, que alimentou expectativas de que o relatório de emprego que será divulgado na sexta-feira também mostre bom desempenho.
De maneira geral, operadores esperam que o Federal Reserve, banco central norte-americano, demore para voltar a elevar os juros, o que tende a beneficiar ativos emergentes.
Mas os números publicados mais cedo levaram alguns investidores a embolsar ganhos com essas apostas, preparando-se para voltar ao mercado após a divulgação dos dados de sexta-feira. O dólar avançava em relação às principais moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
Nesta manhã, o Banco Central brasileiro vendeu novamente 10 mil swaps reversos, contratos que equivalem a compra futura de dólares. A autoridade monetária vem atuando dessa forma quase diariamente desde o mês passado.
Texto atualizado às 11h24