Dólar iniciou abril com leves oscilações ante o real, de olho na questão comercial entre Estados Unidos e China (Jose Luis Gonzalez/Reuters)
Reuters
Publicado em 2 de abril de 2018 às 09h15.
Última atualização em 2 de abril de 2018 às 10h47.
São Paulo - O dólar registrava pequenas oscilações ante o real nesta segunda-feira, com cautela dos investidores diante de eventual guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e a cena política local, com o futuro da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Às 10:33, o dólar recuava 0,05 por cento, a 3,3040 reais na venda, depois de terminar março em alta de 1,77 por cento. O dólar futuro tinha variação negativa de cerca de 0,15 por cento.
"A semana traz importantes desafios... a única certeza que teremos é a continuidade da 'volatilidade'", escreveu a Correparti Corretora em relatório.
A China elevou tarifas em até 25 por cento sobre 128 produtos dos Estados Unidos, de carne suína congelada e vinho a certas frutas e nozes, ampliando a disputa entre as duas maiores economias do mundo em resposta à tarifas norte-americanas sobre as importações de aço e alumínio.
Além disso, o presidente Donald Trump promete para esta semana a lista de cerca de 60 bilhões de dólares em tarifas contra a China com o objetivo de punir Pequim por políticas de transferência de tecnologia.
Com isso, o dólar caía ante uma cesta de moedas e operava misto ante divisas de países emergentes, em leve queda sobre o peso chileno e pequena alta sobre a lira turca .
O feriado no mercado europeu deve enfraquecer um pouco o volume negociado nesta sessão.
Internamente, o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 4 sobre o habeas corpus preventivo pedido pela defesa de Lula, condenado em segunda instância por crime de corrupção, também deixava o investidor em compasso de espera.
Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto nas eleições presidenciais, é considerado pelo mercado financeiro um candidato menos comprometido com as contas públicas. Lula corre o risco de ser barrado de concorrer em razão da Lei da Ficha Limpa.
O Banco Central não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio, por ora. Em maio, vencem 2,565 bilhões de dólares em swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares.