Dólar: moeda acabou estável no balcão, a R$ 2,1980 (AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2014 às 17h26.
São Paulo - Em meio aos dados fracos da economia doméstica, o dólar ante o real até ameaçou terminar em alta, depois de voltar a cair pela manhã.
Mas o mercado de câmbio está sob efeito de fatores técnicos, com a disputa pela formação da Ptax de fim de mês, o que acabou prevalecendo.
O dólar abriu o pregão em queda, mais uma vez sob o efeito de ordens de stop loss, a exemplo do que já tinha acontecido nos minutos finais da sessão de ontem, quando a divisa no mercado à vista terminou em R$ 2,1980, no menor patamar desde 30 de outubro de 2013.
Tanto que, na mínima, a cotação do dólar chegou a R$ 2,1900 no balcão.
Esse patamar, no entanto, atraiu compras por parte dos investidores, especialmente os comprados em derivativos cambiais, que desejam um nível mais elevado para a Ptax de fim de mês.
Essa disputa entre comprados e vendidos, junto com os números ruins da economia doméstica, colocou o dólar novamente no sentido de alta diante do real, levando-o à máxima de R$ 2,2070.
No fim da sessão, porém, houve uma nova acomodação da moeda dos EUA, com os vendidos em dólar impedindo uma alta mais intensa da divisa, que acabou estável no balcão, a R$ 2,1980.
Por volta de 14h30, o giro financeiro à vista registrado na clearing de câmbio da BM&FBovespa era de aproximadamente US$ 1,706 bilhão. No mercado futuro, às 16h30, o dólar para julho recuava 0,07%, a R$ 2,1975.
Logo cedo, a Receita Federal informou que a arrecadação de impostos e contribuições despencou em maio e somou R$ 87,897 bilhões, o pior resultado para meses de maio desde 2011.
Houve uma queda real (com correção da inflação pelo IPCA) de 5,95% ante maio do ano passado. Em relação a abril deste ano, a arrecadação apresentou uma queda real de 17,37%. O resultado ficou perto do piso das estimativas coletadas pelo AE Projeções, de R$ 86,853 bilhões e R$ 96,400 bilhões.
À tarde, o Tesouro Nacional informou que o déficit das contas do governo central no mês passado foi de R$ 10,502 bilhões, o maior para meses de maio da série histórica. O piso da mediana das estimativas era de déficit de R$ 6,5 bilhões.
Assim, o superávit primário do governo central no acumulado do ano até maio recuou para R$ 19,158 bilhões, ou 0,93% do PIB. Em 12 meses, o superávit primário totaliza R$ 62,9 bilhões, ou 1,3% do PIB.