Mercados

Dólar fecha estável com cautela antes da ata do Fed

No mercado à vista, o dólar fechou em baixa de 0,06%, aos R$ 3,1841. O giro financeiro somou US$ 856 milhões

Dólar: o Fed divulgará a ata da última reunião amanhã (iStock/Thinkstock)

Dólar: o Fed divulgará a ata da última reunião amanhã (iStock/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de outubro de 2017 às 18h51.

São Paulo - Depois de atingir o patamar de R$ 3,16 pela manhã desta terça-feira, 10, o dólar zerou as perdas ao longo da tarde e fechou próximo à estabilidade, em um movimento de cautela antes da divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), que será conhecida amanhã, e influenciado diretamente pela forte queda do peso mexicano.

Mais cedo, no entanto, o dólar passou por um ajuste da alta de ontem, ajudado pela fraqueza da moeda no exterior e uma possível aprovação da reforma da Previdência neste ano, ainda que mais enxuta, conforme divulgou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Desde que mais dirigentes do Fed passaram a defender uma alta de juros nos EUA em dezembro - na última reunião de política monetária (em 20/09) - o mercado tem se alinhado a esta percepção, cujas apostas de mais um aperto monetário já estão em 76%, de acordo com a probabilidade implícita na curva de juros dos Treasuries.

Amanhã, o Fed divulgará a ata da última reunião e, de acordo com o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado Neto, a redução das perdas do dólar nesta tarde foi determinada por uma cautela antes da divulgação do documento, uma vez que a ata "poderá levar essa leitura atual dos 76% para 100% de chance de uma elevação de juros em dezembro".

Ainda relacionado ao exterior, contribuiu para o dólar praticamente zerar as perdas ante o real o avanço forte da moeda americana ante o peso mexicano. Segundo o analista da Rio Gestão de Recursos, Bernard Gonin, o real reduziu os ganhos acompanhando a queda acentuada do peso mexicano.

Foi divulgado hoje que autoridades comerciais do México, EUA e Canadá devem sem reunir em breve para a quarta rodada de renegociações do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).

Mais cedo, o dólar chegou a cair com força. Além de um movimento de ajuste da alta na sessão anterior, o mercado recebeu bem a notícia divulgada pelo Broadcast de que o vice-líder do governo na Câmara, o deputado Beto Mansur (PRB-SP), afirmou que o governo trabalha para uma aprovação da reforma da Previdência ainda neste ano e que a emenda deve se concentrar em três mudanças: idade mínima de aposentadoria, tempo mínimo de contribuição e uma regra de transição para quem já contribui hoje com a Previdência.

Para o diretor de câmbio da Abrão Filho, esta é uma estratégia acertada. "Obviamente que a reforma cheia seria melhor, mas devido ao desgaste do governo, uma reforma enxuta é melhor do que nada, uma vez que já direciona um pouco do nosso principal problema, que é o fiscal", explicou.

No mercado à vista, o dólar fechou em baixa de 0,06%, aos R$ 3,1841. O giro financeiro somou US$ 856 milhões. Na mínima, a moeda ficou em R$ 3,1622 (-0,75%) e na máxima, R$ 3,1856 (-0,01%).

No mercado futuro, o dólar para novembro caiu 0,30%, aos R$ 3,1890. O giro financeiro somou US$ 15,66 bilhões. Durante o pregão, a divisa oscilou de R$ 3,1715 (-0,84%) a R$ 3,1950 (-0,10%).

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarEstados Unidos (EUA)Fed – Federal Reserve System

Mais de Mercados

Megafusão de Honda e Nissan: um 'casamento' de conveniência sob intensa pressão

Bolsas de NY vivem pregão pressionado e Ibovespa cai; dólar volta aos R$ 6,19

Embraer assina contrato para vender 2 unidades do C-390 Millennium para cliente não revelado

Crise das emendas, IPCA-15 e dados de emprego: o que move o mercado