Dólar: operadores acreditam que o Banco Central tende a continuar operando para manter o dólar mais fraco a fim de segurar a inflação (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2014 às 17h28.
São Paulo - O dólar à vista fechou em leve queda nesta segunda-feira, 14.
Além de conduzirem uma realização de lucros, após a moeda norte-americana ter acumulado alta de 1,00% nas duas sessões anteriores, os operadores acreditam que o Banco Central tende a continuar operando para manter o dólar mais fraco a fim de segurar a inflação.
Mesmo com o presidente do BC, Alexandre Tombini, tendo dito neste fim de semana em Washington que, com a normalização das condições monetárias globais, o Brasil poderá voltar à estratégia original de isolar a política monetária, com a acumulação de reservas, a persistência da inflação deixa os participantes do mercado céticos.
Um gerente da mesa de derivativos de uma corretora diz que o ajuste negativo do dólar se deve também à percepção de que o BC tende a manter as ofertas de swap cambial, apesar de os bancos já darem sinais de cansaço dessas operações.
"A oferta de swap cambial já está pesada, mas o BC não anunciou até agora nenhuma redução nos volumes ofertados na rolagem do vencimento de maio de 2014, porque a inflação continua incomodando e o mercado não descarta mais uma alta de 0,25 ponto porcentual da Selic no mês que vem, a 11,25% ao ano", explica.
Hoje, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou que o resultado da balança comercial na segunda semanal de abril ficou positivo em US$ 522 milhões, com exportações de US$ 4,672 bilhões e importações de US$ 4,150 bilhões. Mas no acumulado do ano até agora o Brasil tem déficit de US$ 6,020 bilhões.
O dólar à vista no balcão terminou a sessão cotado a R$ 2,2170, uma queda de 0,14%. Por volta das 16h30, o giro estava em torno de US$ 1,30 bilhão, segundo dados da clearing de câmbio da BM&FBovespa.
No mercado futuro, o dólar para maio tinha desvalorização de 0,11%, a R$ 2,2255. O volume de negociação era de quase US$ 9,82 bilhões.
No exterior, o dólar subia 0,10% em relação ao dólar neozelandês e ganhava 0,27% em relação à lira turca, mas caía ante outras moedas emergentes e de países exportadores de commodities, como o dólar australiano (-0,33%) e o dólar canadense (-0,14%).
Já o índice ICE Dollar, que pesa a moeda norte-americana ante uma cesta de seis principais rivais, subia 0,34%.