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Dólar fecha em alta em meio à instabilidade na América Latina

Investidores estrangeiros adotam postura defensiva frente à instabilidade política na região

Protestos no Chile: peso chileno bateu menor valor da história (Ivan Alvarado/Reuters)

Protestos no Chile: peso chileno bateu menor valor da história (Ivan Alvarado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 12 de novembro de 2019 às 17h56.

Última atualização em 12 de novembro de 2019 às 18h10.

O dólar voltou a fechar em alta ante o real nesta terça-feira (12), devolvendo praticamente toda a queda da véspera, num dia de forte aversão a risco nos mercados da América Latina em meio a sinais de escalada na instabilidade política na região.

O dólar à vista fechou em alta de 0,58%, a 4,167 reais na venda. Com isso, ficou a apenas 0,69% do maior valor de fechamento da história, registrado em 13 de setembro de 2018 (4,196 reais na venda).

Na máxima desta terça, a cotação foi a 4,188 reais na venda. Na compra, bateu 4,187 reais, maior valor intradia desde 25 de setembro (4,1942 reais na compra).

Na B3, em que os negócios com derivativos vão até as 18h15, o dólar futuro de maior liquidez tinha alta de 0,35%, a 4,172 reais.

Analistas atribuíram parte da alta do dólar nesta sessão ao clima menos favorável a risco no exterior durante a tarde, depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, não oferecer novos detalhes sobre as negociações comerciais com a China.

Mas o motivo principal para o movimento do câmbio nesta terça foi o clima negativo para ativos da América Latina. A lista de maiores quedas globais ante o dólar nesta sessão era liderada por divisas da região, com o peso chileno batendo uma mínima recorde diante das incertezas sobre a situação política e econômica no país.

"Existe um ciclo vicioso na América Latina agora", resumiu Italo Lombardi, estrategista para a região para o Crédit Agricole, em Nova York.

Ele destacou que a indústria de fundos de pensão no Chile é grande e que esses agentes são os maiores detentores do iShares EWZ ETF, principal fundo de índice de ações do Brasil negociado em Nova York. "Isso é para dar um exemplo de que como o canal (de contágio) existe", completou.

O Ibovespa cedia 1,5% nesta terça-feira, enquanto o iShares EWZ ETF caía 1,8%, nas mínimas desde meados de outubro.

Alguns no mercado, contudo, ainda veem o real se estabilizar em patamares mais fortes.

Pesquisa realizada neste mês e divulgada nesta terça-feira pelo Bank of America mostrou que 73% dos consultados veem o real entre 3,80 por dólar e 4,00 por dólar ao fim de 2019 (ante 50% no mês passado), mas nenhum dos entrevistados projeta o dólar abaixo de 3,80 reais (contra 10% na pesquisa anterior).

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