Dólares: dólar recuou 0,19 por cento, a 3,4800 reais na venda (Karen Bleier/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de junho de 2016 às 17h21.
São Paulo - O dólar fechou com leve queda frente ao real nesta terça-feira, após subir com força nas três sessões anteriores e em meio à relativa trégua no cenário político brasileiro, mas o ambiente de aversão a risco nos mercados externos continuou pesando sobre o ânimo dos investidores.
O dólar recuou 0,19 por cento, a 3,4800 reais na venda, depois de acumular alta de 3,47 por cento nos três pregões anteriores. A moeda norte-americana subiu a 3,5165 reais na máxima desta sessão e caiu a 3,4574 reais na mínima. O dólar futuro recuava cerca de 0,03 por cento no fim da tarde.
"Nós estamos vindo de um período (nos últimos três dias) em que o real teve performance pior do que as outras moedas e isso abre espaço para algum ajuste, ainda mais com o noticiário político mais calmo (no Brasil)", disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
Preocupações com a possibilidade de a Grã-Bretanha deixar a União Europeia e cautela antes da decisão de quarta-feira do Federal Reserve, banco central norte-americano, vêm elevando o dólar em nível global nos últimos dias.
Nesta sessão, a libra esterlina atingiu a mínima em oito semanas sobre o dólar e os rendimentos dos títulos alemães recuaram a território negativo pela primeira vez conforme investidores recorriam a ativos mais seguros.
O mercado brasileiro, porém, operou com mais tranquilidade. "O cenário externo puxa o dólar para cima, mas tem gente no mercado que está aproveitando para vender depois da pressão dos últimos dias", resumiu o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.
Investidores receberam bem a notícia de que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki remeteu as investigações envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz federal Sérgio Moro.
A avaliação era de que o acirramento das investigações tende a diminuir a influência de Lula tanto no Congresso Nacional quanto no eleitorado, mesmo após Zavascki declarar nula gravação de telefonema entre ele e a presidente afastada Dilma Rousseff.