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Dólar fecha com leve alta com ação do BC e exterior

Moeda norte-americana avançou 0,05%, a R$ 3,9207 na venda

Dólar: atuação do BC atenuou as preocupações do exterior (Burak Karademir/Getty Images)

Dólar: atuação do BC atenuou as preocupações do exterior (Burak Karademir/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 11 de dezembro de 2018 às 17h11.

Última atualização em 11 de dezembro de 2018 às 17h14.

São Paulo - O dólar terminou a terça-feira, 11, com leve alta, com a atuação do Banco Central no mercado de câmbio atenuando as preocupações do exterior reforçadas no período vespertino pelo Brexit e ameaças do presidente Donald Trump de paralisação do governo norte-americano.

O dólar avançou 0,05 por cento, a 3,9207 reais na venda, depois de bater a mínima de 3,8892 reais logo após a abertura. Na máxima, esta tarde, foi a 3,9239 reais. O dólar futuro rondava a estabilidade.

"É muita indefinição. Ninguém tem a menor ideia de qual será o resultado e isso traz ansiedade e cautela", disse o diretor da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer.

Ele se referia à notícia de que parlamentares do partido da primeira-ministra britânica, Theresa May, estão confiantes de que conseguiram o número suficientes de cartas para provocar um voto de não confiança sobre a liderança da premiê, disse a sub-editora de política da emissora Sky News nesta terça-feira.

May tem encontrado dificuldades no acordo para o Reino Unido deixar a União Europeia. Depois de ter conseguido chegar a um consenso com o bloco europeu, corria o risco de não aprovar o texto no Parlamento no país. Na véspera, temendo uma derrota, preferiu suspender a votação do texto que iria à votação nesta terça-feira. Mais cedo, um porta-voz de May disse que o acordo seria colocado em votação em 21 de janeiro.

A notícia sobre o voto de não-confiança acabou reacendendo a cautela nos negócios globais e fazendo o dólar subir ante as divisas emergentes, como o peso chileno, e a apagar a queda ante real. A moeda também subia ante a cesta de moedas

O movimento ganhou reforço com ameaças de Trump, de que preferia uma paralisação do governo a ficar sem recursos para construir um muro na fronteira com o México.

Internamente, o dólar subiu 2 por cento nas últimas cinco sessões e terminou na véspera no maior valor desde 2 de outubro, o que levou o Banco Central a anunciar um novo leilão de linha --venda com compromisso de recompra --, ajudando na resiliência da moeda local.

"Tudo indica que a intervenção do BC será capaz de conter a pressão sobre a moeda estrangeira, sinalizando claramente que repetirá o movimento toda vez que fatores externos promoverem a desvalorização artificial da moeda nacional", escreveu mais cedo a corretora Correparti em relatório.

Para os analistas da corretora, o BC "manteve a coerência" ao chamar os leilões após a moeda norte-americana ter se aproximado do patamar de 3,95 reais.

O Banco Central vendeu integralmente mais 1 bilhão de dólares em linha, no quarto leilão de novos contratos feito desde o final de novembro pela autoridade, que ainda rolou mais 1,25 bilhão de dólares que venciam no início deste mês. Em novos contratos, foram 4 bilhões de dólares até o momento.

"A preocupação é que a tensão externa se some ao período onde as empresas direcionam recursos para suas matrizes e a intervenção visa dar liquidez e segurar um pulo mais forte do dólar ante o real na reta final do ano", escreveu o analista da corretora Mirae Pedro Galdi.

Além do Brexit, outras preocupações que içaram recentemente a moeda norte-americana ainda não se dissiparam, entre eles a desaceleração econômica global, guerra comercial entre Estados Unidos e China e o Brexit.

Nesta tarde, o Washington Post informou, citando autoridades dos EUA, que o governo Donald Trump vai condenar a China por hacking e espionagem econômica e tomará medidas contra a nação asiática usando sanções e indiciamentos.

Mais cedo, China e EUA discutiram o roteiro para o próximo estágio de suas negociações comerciais, durante uma ligação telefônica entre o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, e o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, e o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, o que ajudou a aliviar os mercados.

Internamente, os investidores seguiam monitorando o noticiário político local, a poucos dias de ter início o novo governo.

O BC vendeu nesta sessão 13,83 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 4,84 bilhões de dólares do total de 10,373 bilhões de dólares que vence em janeiro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final da semana que vem, terá feito a rolagem integral.

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