Dólar: (Getty Image/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de março de 2020 às 17h30.
Última atualização em 3 de março de 2020 às 17h57.
São Paulo - A trajetória de alta do dólar teve continuidade nesta terça-feira (3) pelo décimo pregão consecutivo. Na sessão, a moeda americana se valorizou 0,54% frente ao real e encerrou cotado a 4,5109 reais. Com o resultado, o dólar bateu o nono recorde nominal de fechamento seguido.
A valorização do dólar ocorre mesmo após o Federal Reserve (banco central americano) reduzir a taxa de juros dos Estados Unidos em 0,5 ponto percentual para um intervalo entre 1% e 1,25%. A medida, que foi tomada para conter os impactos do coronavírus na economia, tende a enfraquecer o dólar, já que diminui a rentabilidade dos títulos americanos.
No entanto, os investidores continuam temerosos e buscam ativos tidos como mais seguros como a moeda americana.
Logo após o anúncio da redução dos juros americanos, o dólar chegou a ficar em terreno negativo, mas voltou a subir, após o presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizar que a política monetária pode não ser suficiente para frear os efeitos da doença.
No Brasil, crescem as expectativas de que o Banco Central também promova novo corte na Selic na próxima reunião do Copom que será realizada nos próximos dias 17 e 18 de março.
Para o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, o mercado já está precificando essa redução da Selic. “Neste sentido, mudamos nossa projeção de câmbio para o final de 2020 de 4,20 reais para 4,60 reais na esteira do yield brasileiro e podemos revisar novamente, caso mais cortes sejam feitos na taxa básica [de juros]”, afirmou em nota.
O economista também acredita que o corte de juros promovido pelo Fed nesta terça foi “desastrosa”. “Os Estados Unidos tentam forçar uma melhora mais rápida ao que já estava melhorando aos poucos. A decisão de hoje joga o mundo para o terreno menos sólido”, escreveu.
Na manhã desta terça, autoridades monetárias das sete principais economias do mundo (grupo conhecido como G7) fizeram uma teleconferência para debater a melhor forma para lidar com os efeitos econômicos do coronavírus.