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Dólar encerra sequência de 12 altas e cai com mercado de olho no BC

Autoridade monetária realizou leilão de 2 bilhões de dólares em contratos de swap; mercado espera novas atuações na próxima semana

Dólar: moeda tem primeira queda em 13 pregões e encerra cotada a R$ 4,63 (Douglas Sacha/Getty Images)

Dólar: moeda tem primeira queda em 13 pregões e encerra cotada a R$ 4,63 (Douglas Sacha/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 6 de março de 2020 às 17h24.

Última atualização em 6 de março de 2020 às 17h43.

São Paulo – Depois de 12 pregões consecutivos, o dólar, enfim, encerrou a sequência de altas frente ao real. Nesta sexta-feira (6), a moeda americana caiu 0,357% e terminou cotada a 4,6344. A última queda do dólar havia sido em 14 de fevereiro.

Apesar da queda, a moeda americana encerrou a semana com apreciação de 3,42%, após o Banco Central divulgar um comunicado interpretado pelo mercado como um sinal de que a autoridade monetária vai voltar a cortar os juros na próxima reunião do Comitê de Política Econômica (Copom), em 18 de março.

O comunicado foi publicado logo depois de o Federal Reserve reduzir os juros dos Estados Unidos como forma de estimular a economia, ameaçada pelos impactos do coronavírus.

Assim como ajudou a depreciar o câmbio no início da semana, o Banco Central segurou a valorização do dólar nesta sexta. No início do dia, o BC leiloou 2 bilhões de dólares por meio de swap cambial.

Segundo Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos, a medida ajudou a atenuar a alta da moeda. “Outras moedas sofreram bem mais que a nossa hoje. Isso é reflexo da maior liquidez no mercado”, comentou.

No ano, o real é uma das moedas que mais se desvalorizaram frente ao dólar, perdendo para as divisas de países emergentes como Chile, África do Sul, Rússia, México, Peru, Colômbia e outros.

André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, vê a queda de hoje associada à expectativa do mercado de que o Banco Central vai voltar a atuar no mercado de câmbio com volumes ainda maiores. "Com a tamanha determinação do BC em controlar o câmbio se criou uma leitura de que vai ter mais atuações na semana que vem. Mas isso é pura especulação".

Os leilões de swap feitos pelo Banco Central estão ficando cada vez mais comuns, mas, para o economista, essas atuações "são como enxugar gelo". "A queda dos juros tem consequências na alta do dólar. Ele precisa decidir se quer cortar juros ou controlar o câmbio".

Embora o mercado espere um nova redução da Selic na próxima reunião do Copom, Perfeito acredita que esse corte ainda não esteja precificado no dólar. "Se cortar, tende a subir ainda mais", disse Perfeito.

Para Nagem, o dólar pode subir, caso o corte seja feito, mas ele não espera uma "reação exagerada". "Não acho que tende a subir muito. Já está muito alto. Agora, o dólar deve começar a ceder devagar", afirmou.

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