Escultura de um touro (símbolo de alta) em frente à B3: mercado espera por novos recordes do Ibovespa em 2024 (Cauê Diniz/B3/Divulgação)
Repórter
Publicado em 19 de dezembro de 2023 às 15h50.
Expectativas de uma política monetária mais branda nos Estados Unidos tem impulsionado bolsas do mundo inteiro e derrubado o preço do dólar neste fim de ano. No Brasil, o Ibovespa voltou estabelecer novas máximas históricas, enquanto o dólar foi abaixo de R$ 4,90. O momento positivo, no entanto, deve se estender para o próximo ano. Isso é que revelou uma pesquisa feita pelo Bank of America com 31 gestoras com investimentos na América Latina. Juntas, essas gestoras representam um volume sob gestão de US$ 72 bilhões. E elas estão mais otimistas.
Cerca da metade dos entrevistados disseram esperar o Ibovespa acima de 140.000 no ano que vem ante os atuais 130.000. O percentual de gestores que disseram esperar o índice acima desse patamar cresceu 16 pontos percentuais neste mês, segundo a pesquisa.
Os investidores também se mostraram mais otimistas com ações de empresas de crescimento. Cerca de 25% dos entrevistados disseram acreditar que esse tipo de ação iria ter um performance acima da média nos próximos seis meses. Esse percentual cresceu para próximo de 45% em dezembro. A categoria é a que, agora, concentra maior otimismo junto com a de empresas de "alta qualidade".
Esse tipo de ação, de forma geral, vinha sendo deixado de lado pela indústria nos últimos anos diante do ciclo de aperto monetário. Quando a taxa de juros sobe, o dinheiro se torna mais escasso para financiar crescimento. Com os juros caindo no Brasil e ensaiando queda nos Estados Unidos, esse cenário começa a mudar. Já a confiança com "ações de valor" (com múltiplos menores, de negócios consolidados) caiu. Agora, menos de 20% dos investidores acreditam que elas terão uma performance acima da média.
Com perspectivas cada vez maiores de um controle inflacionário sem grandes danos à economia, a perspectiva para a revisão de lucros também mudou. De cerca de 15% a expectativa de reajuste de projeções para baixo caiu para menos de 10%. A expectativa de que projeções se manterão estáveis cresceu de 25% para 42%.
Os gestores também se mostraram mais otimistas para o câmbio. Cerca de 45% dos entrevistados disseram esperar um dólar mais fraco em 2024. O percentual é próximo do registrado em novembro. Mas houve mudança significativa nas teses dos que previam um dólar mais forte. O percentual dos que defendiam essa tese caiu de 32% para perto de 13%, enquanto a fatia dos que esperam um dólar estável subiu de 19% para 29%.
Para o preço do dólar frente ao real, chegou a 10% o percentual dos que esperam algo abaixo de R$ 4,50, ante cerca de 6% em novembro. Também cresceu os que esperam dólar entre R$ 4,80 e R$ 4,50, que foi de perto de 25% para próximo de 29%. A maior parte dos gestores ainda esperam dólar entre R$ 5,10 e R$ 4,81 para o fim do ano que vem.