Bovespa: o Índice Bovespa chegou a cair 6,2%, para 48.722 pontos (Paulo Fridman/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2014 às 10h29.
Os mercados reagem violentamente à reeleição da presidente Dilma Rousseff, do PT, anunciada no domingo à noite. O dólar está em alta de 3,94%, a R$ 2,56, uma das maiores cotações desde a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002.
A bolsa abriu em forte queda, chegando a adiar a abertura dos negócios com alguns papéis importantes como Petrobras e Banco do Brasil por conta da forte oferta de venda. Nesses casos, a bolsa coloca os papéis em leilão por alguns minutos, Com isso, os negócios começaram efetivamente para boa parte da bolsa apenas às 10h18, 18 minutos depois do horário normal.
O Índice Bovespa chegou a cair 6,2%, para 48.722 pontos, recuperando-se depois para 49.324 pontos, queda de 5,23%.
E a queda das ações é expressiva. Petrobras preferencial (PN, sem voto) chegou a recuar 15,6%, para R$ 13,76, recuperando-se depois, às 10h30, para R$ 14,32, perda de 12,6%. O papel ordinário (ON, com voto) cai 12,80%, para R$ 13,70.
Banco do Brasil também tem queda expressiva, de 9,24%, depois de registrar baixa de 12,6%. Eletrobras PNB, tem perda de 11,38% e Eletrobras ON, de 6,18%.
Os papéis de grandes bancos também estão em forte queda, com a ação PN do Itaú Unibanco recuando 7% e a PN do Bradesco, 6,18%.
Exportadoras e educação
Estão em alta no Índice Bovespa apenas cinco dos 70 papéis, principalmente de empresas que podem se beneficiar da alta do dólar, como a exportadora Fibria ON, com 4,06%, Suzano Papel e Celulose PNA, 3,43%, Braskem PNA, com 1,30% e Embraer ON, com 0,80%.
Outra alta do índice é Estácio Participações, do setor de educação, que deve continuar se beneficiando da política de bolsas e financiamento do governo. A ação ON da empresa sobe 2,26%.
Juros curtos caem e longos sobem
Os juros futuros têm comportamentos distintos, com as taxas mais curtas recuando e as longas subindo expressivamente. O contrato para janeiro de 2015 projeta taxa de 10,95%, ante 10,975% de sexta-feira. No contrato para 2016, que dá a projeção do mercado para o ano que vem, a taxa recuou para 11,95%, ante 12,01% na sexta-feira.
A leitura do mercado é que o governo não subirá tanto os juros quando um governo de oposição faria, o que levará a um ajuste mais forte no longo prazo.
Já o contrato para 2017 projeta juros de 12,32%, ante 12,20% de sexta-feira. Para 2021, a alta é mais forte ainda, com 12,46% ao ano, ante 11,87% de sexta-feira.