Mercados

Dólar dispara 2% no início dos negócios, de olho em eleições

Pesquisa Datafolha mostrou que a presidente Dilma Rousseff (PT) praticamente dobrou sua vantagem contra Marina Silva (PSB)


	Dólar: às 11h32, a moeda norte-americana subia 1,51%, a 2,4525 reais na venda
 (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Dólar: às 11h32, a moeda norte-americana subia 1,51%, a 2,4525 reais na venda (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2014 às 14h01.

São Paulo - O dólar disparou mais de 2 por cento sobre o real na manhã desta segunda-feira, atingindo o maior patamar desde o final de 2008, com o mercado reagindo à recuperação da presidente Dilma Rousseff (PT) na corrida pela reeleição apontada pela última pesquisa Datafolha.

Ao final da manhã, a moeda norte-americana perdia um pouco do ímpeto inicial pois exportadores aproveitavam as cotações altas para vender dólares. Além disso, alguns especulavam que o Banco Central poderia aumentar a intervenção no câmbio.

Às 11h32, o dólar subia 1,51 por cento, a 2,4525 reais na venda, após atingir 2,4792 reais na máxima da sessão, maior nível intradiário desde 10 de dezembro de 2008 (2,5100 reais).

"O mercado entrou com todas as fichas numa vitória da oposição e pagou para ver. O que a gente está vendo hoje é a reversão desse movimento", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

Segundo o levantamento do Datafolha divulgado após o fechamento dos mercados na sexta-feira, Dilma praticamente dobrou sua vantagem contra Marina Silva (PSB) nas intenções de voto para o primeiro turno e passou a ter vantagem numérica sobre a ex-senadora em simulação de segundo turno.

A presidente é alvo de críticas nos mercados financeiros, que desaprovam sua condução da política econômica.

"Se isso se confirmar (avanço de Dilma) nas próximas pesquisas, o céu é o limite para o dólar", afirmou o gerente de câmbio da corretora Fair, Mário Battistel, para quem a moeda norte-americana pode ir acima de 2,50 reais no curto prazo.

O movimento desta sessão também era turbinado pela decepção do mercado após não se confirmarem boatos de que uma revista semanal publicaria reportagem sobre novo escândalo desfavorável à reeleição de Dilma.

Na sexta-feira, essa especulação levou a moeda norte-americana a fechar em queda ante o real, descolada do exterior.

O cenário externo também impulsionava o dólar nesta manhã.

Investidores evitavam comprar ativos de maior risco por cautela antes da divulgação do relatório de emprego dos Estados Unidos na sexta-feira, levando a divisa norte-americana a subir contra moedas emergentes, como as do Chile e do México.

Os números podem reforçar as expectativas de que a alta dos juros norte-americanos ocorra de forma mais intensa do que a esperada, possivelmente atraindo recursos aplicados em outros países.

Banco central

O mercado também se antecipava à possibilidade de o Banco Central brasileiro intervir com mais força no mercado para limitar o impacto inflacionário da alta do dólar.

"Nesses níveis, o mercado opera com especulações de que o BC pode aumentar a intervenção, o que impõe alguma cautela. Mas é claro que isso não é o suficiente para trazer o dólar de volta para os níveis de dois meses atrás", afirmou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

Battistel, da Fair, acredita que o BC pode atuar com mais força no mercado para evitar essas arrancadas, ampliando os leilões de swaps, entrando com leilões de linha ou até mesmo com venda de dólares à vista.

Até agora, a autoridade monetária deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio, colocando nesta sessão a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem à venda futura de dólares.

Foram vendidos 1,7 mil contratos para 1º de junho e 2,3 mil para 1º de setembro de 2015, com volume equivalente a 197,5 milhões de dólares.

O BC também fará nesta sessão mais um leilão para rolar swaps que vencem em 1º de outubro, com oferta de até 15 mil contratos. Até agora, o BC rolou cerca de 75 por cento do lote total, que corresponde a 6,677 bilhões de dólares.

Se vender a oferta total de swaps no leilão de rolagem desta sessão, o BC terá rolado praticamente todo o lote para outubro.

Atualizado às 11h55

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarEleiçõesMoedas

Mais de Mercados

Ternium x CSN: Em disputa no STF, CVM reforça que não houve troca de controle na Usiminas

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida