São Paulo - O dólar registrará ganhos contra as principais moedas neste ano, conforme a recuperação na maior economia do mundo aumenta o ritmo e dá espaço ao Federal Reserve, banco central norte-americano, para reduzir seu programa de estímulo à economia, mostrou pesquisa da Reuters nesta quarta-feira.

As estimativas com mais de 60 estrategistas de câmbio estrangeiros feita nesta semana ficaram virtualmente inalteradas em relação ao mês passado e sugerem que o dólar vai se fortalecer contra o euro, o iene e a libra.

"Conforme as taxas de juros dos Estados Unidos comecem a subir, isso deve levar o dólar a ter performance superior contra as principais moedas, com exceção da libra em certa medida", disse Chris Walker, do Barclays.

A libra britânica, atualmente negociada em torno de 1,63 dólar, cairá para 1,61 dólar em seis meses e para 1,60 dólar em um ano, apesar das expectativas de que o banco central britânico será o primeiro grande BC a elevar as taxas de juros, embora não antes do próximo ano.

A libra vai, entretanto, ganhar terreno contra o euro já que a própria recuperação britânica avança em comparação com cenário muito mais fraco para a união monetária de 18 membros.

Temores de deflação no bloco e a fragilidade da economia elevaram as expectativas de que o Banco Central Europeu (BCE) será forçado a afrouxar a política monetária nos próximos meses.

Um euro, que era negociado em torno de 83,0 centavos de libras nesta quarta-feira, valerá 82,3 centavos em um mês, 81,3 centavos em seis e apenas 79,9 em um ano. Contra o dólar, ele cairá para 1,31 dólar em seis meses e 1,27 dólar em um ano.

O Fed anunciou até agora redução total de 20 bilhões de dólares nas compras mensais de Treasuries e títulos hipotecários, ante 85 bilhões gastos inicialmente.

Todos os 70 economistas consultados pela Reuters na semana passada esperam que o programa seja encerrado até o final do ano.

Por sua vez, o forte estímulo monetário e fiscal do governo e do BC do Japão irá enfraquecer o iene. A pesquisa prevê que o iene vai enfraquecer ante o nível atual de 101 por dólar para 107 por dólar em seis meses e 110 por dólar em um ano.