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Dólar cai com otimismo sobre eficácia de remédio contra covid-19

Farmacêutica Gilead informou que remdesivir reduz a chance de mortalidade do coronavírus em 62%

Dólar: moeda americana recua 0,4% e encerra cotada a 5,324 reais (Pixabay/Reprodução)

Dólar: moeda americana recua 0,4% e encerra cotada a 5,324 reais (Pixabay/Reprodução)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 10 de julho de 2020 às 17h00.

Última atualização em 10 de julho de 2020 às 18h15.

O dólar teve um dia de perdas ante moedas emergentes, nesta sexta-feira, 9, refletindo o otimismo dos investidores com o anúncio da Gilead, que informou que seu medicamento remdesivir reduziu em 62% a morte por covid-19. Por aqui, o dólar comercial caiu 0,4% e encerrou sendo vendido por 5,324 reais. O dólar turismo teve variação semelhante e encerrou cotado a 5,62 reais.

"A eficácia do remédio reduz a chance de o sistema de saúde colapsar. O pessoal também perde o medo de sair de casa, o que ajuda a economia a voltar mais rápido", comentou Bruno Lima, analista de renda variável da EXAME Research. Nos Estados Unidos, o medicamento, ainda em fase experimental, teve seu uso autorizado pelo órgão fiscalizador (FDA) para casos graves de covid-19.

Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti, considera positiva a notícia sobre o remdesivir, mas vê como limitado os efeitos econômicos do medicamento. "No meio de uma pandemia, qualquer coisa que evite mortes anima. Mas o remédio não evita o contágio e o que traz de volta a tranquilidade é a não contaminação, a vacina", disse.

No longo prazo, Fernando Bergallo, presidente da FB Capital, vê a possibilidade de o dólar perder ainda mais força contra emergentes. "Não tem como deixar dinheiro nas principais economias do mundo. Os estrangeiros vão ter de sair para mercados emergentes, que pagam melhores prêmios de risco, inclusive o brasileiro, que deve passar a ter aumento da taxa básica de juro a partir do ano que vem. Essa taxa Selic de 2,25% ao ano é circunstancial", afirmou.

Apesar do tom positivo no mercado de câmbio, pela manhã, o dólar abriu em alta ante o real, com  a maior aversão a risco, após os Estados Unidos voltarem a registrar novo recorde diário de casos de coronavírus

De acordo com o The Wall Street Journal, os novos casos de coronavírus registrados em um único dia superaram 63.000. Por lá, hospitais de estados como Texas e Califórnia enfrentam dificuldades para acomodar novos pacientes. Ao todo, o país já tem mais de 3,1 milhões de infectados e 133.291 mortos pela doença, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.

Os investidores temem que o contínuo avanço do coronavírus nos Estados Unidos prejudique a recuperação econômica, conforme processos de reabertura são adiados em estados mais atingidos pelo vírus.

No cenário interno, as atenções se voltaram ao do IPCA de junho, que ficou em 0,26%, levemente abaixo das projeções de mercado de alta de 0,29% em relação ao mês anterior. Já dados sobre o setor de serviços ficaram muito abaixo do esperado, apontando para uma contração de 0,9% em maio ante o mês anterior. A expectativa era de uma expansão de 5,2%.

“O resultado de serviços tira o peso da probabilidade de manutenção do juro na próxima reunião do Copom. Mas até lá ainda teremos dados do mercado de trabalho brasileiro, que serão fundamentais para a decisão. Hoje ainda vemos um corte de 0,25 ponto percentual”, afirmou Arthur Mota, economista da EXAME Research.

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