Dólar: moeda americana cai 2,7% e encerra cotada a 4,855 reais (Pixabay/Reprodução)
Guilherme Guilherme
Publicado em 8 de junho de 2020 às 17h15.
Última atualização em 8 de junho de 2020 às 18h30.
O dólar voltou a fechar em forte queda frente ao real, nesta segunda-feira, 8, com a perspectiva de que a recuperação econômica se dê de forma mais acelerada do que vinha sendo esperado. Com o maior apetite a risco no mundo, o dólar comercial caiu 2,7% e encerrou sendo vendido a 4,855 reais – a menor cotação desde 13 de março. O dólar turismo, com menor liquidez, recuou 1,9% e fechou cotado a 5,14 reais.
“Os sinais primários de retomada das atividades econômicas provocam o relaxamento defensivo ante os riscos”, afirmou, em relatório, Sidnei Nehme, economista e diretor executivo da NGO. Segundo ele, o Brasil é uma oportunidade “com prazo de validade” até que o real se valorize.
Na última semana, os dados de desemprego americanos apontaram para o crescimento do mercado de trabalho em maio, reforçando a perspectiva de que o pior cenário econômico já ficou para trás. Na sexta-feira, o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos apresentou 2,5 milhões de novos empregos, ante a expectativa de perda de 8 milhões de postos de trabalho no mês.
Além dos dados positivos dos Estados Unidos, Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos, também vê outros fatores beneficiando as moedas emergentes no mundo, como o arrefecimento das tensões comerciais entre China e Estados Unidos.
Para o analista, a moeda americana pode se desvalorizar ainda mais em relação ao real. “Vai cair até um nível próximo dos 4,60 reais. Aí estaciona para ver como está a economia e a política interna”, disse.
Embora o Brasil ainda atravesse a pior fase do coronavírus, com sucessivos recordes de mortes, Nagem vê a questão mais ofuscada no mercado financeiro. “O mercado financeiro observa, mas isso não está fazendo preço.”
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Desde de meados de maio, o dólar vem apresentando forte desvalorização ante o real. Na semana passada, a moeda americana se desvalorizou 6,6%, encerrando o pregão de sexta-feira abaixo dos 5 reais pela primeira desde março.