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Dólar cai quase 2% sobre o real com ausência do BC

O dólar caiu frente ao real com o Banco Central não entrando no mercado de câmbio pela primeira vez desde o final de março


	Dólares: dólar recuou 1,92 por cento, a 3,5283 reais na venda
 (Thinkstock/Ingram Publishing)

Dólares: dólar recuou 1,92 por cento, a 3,5283 reais na venda (Thinkstock/Ingram Publishing)

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Da Redação

Publicado em 19 de abril de 2016 às 17h48.

São Paulo - O dólar caiu cerca de 2 por cento frente ao real nesta terça-feira, com o Banco Central não entrando no mercado de câmbio pela primeira vez desde o final de março e refletindo o bom humor no exterior com a alta dos preços do petróleo.

Os investidores também operaram de olho na cena política do país, aguardando novos desdobramentos do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

O dólar recuou 1,92 por cento, a 3,5283 reais na venda, tendo chegado a 3,5265 reais na mínima do dia. O dólar futuro recuava cerca de 2,5 por cento no final da tarde.

"Tivemos um investidor mais propenso a risco, não só aqui, mas no mundo inteiro, em função da recuperação do petróleo... No Brasil, o movimento foi ajudado pela não atuação do BC", disse o operador de câmbio da corretora Correparti Jefferson Luiz Rugik.

O BC não anunciou para esta sessão qualquer intervenção no câmbio, algo que não ocorria desde o dia 28 de março. A autoridade monetária vinha atuando pesadamente no mercado, principalmente nos últimos dias por meio de swaps cambiais reversos, que equivalem a compra futura de dólares, diante do otimismo do mercado com o provável afastamento da presidente Dilma. No mês até a véspera, o BC havia reduzido ao todo cerca de 30 bilhões de dólares o estoque de swaps tradicionais, que equivalem a venda futura de dólares, só por meio dos leilões de reversos.

"Ele preferiu sondar o mercado antes de voltar a entrar. Parece que está dando seu aval para essa queda (do dólar) de hoje", afirmou mais cedo o operador de um banco nacional que negocia diretamente com o BC.

Investidores também continuaram de olho no cenário político. A Câmara dos Deputados aprovou no fim de semana com folga a continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma e a decisão agora precisa ser sancionada por maioria simples no Senado para que ela seja afastada temporariamente, até o parecer final da Casa.

O Senado deve eleger na terça-feira da próxima semana a comissão especial que analisará o pedido de impeachment, segundo o presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Uma vez indicados os membros, o plenário precisa chancelar a criação da comissão.

No exterior, uma greve de trabalhadores no Kuweit praticamente reduziu pela metade a produção de petróleo no país, elevando os preços das commodities após o forte tombo da véspera.

O movimento alimentou a demanda por ativos que carregam maior risco nos mercados globais, levando o dólar a recuar contra moedas como os pesos chileno e mexicano.

Texto atualizado às 17h48

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