Mercados

Dólar cai mais de 1%, mas cautela com risco político continua

Os investidores passaram o dia à espera de novidades no cenário político, como a apresentação de denúncia do procurador-geral da república contra Temer

Dólar: o mercado também acompanhou o comportamento de parte das moedas no exterior (Getty Images/Getty Images)

Dólar: o mercado também acompanhou o comportamento de parte das moedas no exterior (Getty Images/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 26 de junho de 2017 às 18h06.

São Paulo - O dólar caiu mais de 1 por cento e voltou ao nível de 3,30 reais nesta segunda-feira, corrigindo parte da alta de 1,65 por cento acumulada nas quatro sessões anteriores e em movimento influenciado pelo exterior, mas sem deixar de lado o risco político doméstico.

O dólar recuou 1,13 por cento, a 3,3015 reais na venda, depois de bater a mínima de 3,2968 reais no dia. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 1,25 por cento no final da tarde.

"Houve desmonte de posições defensivas da semana passada, mas o mercado aqui foi muito pequeno", resumiu o operador da Spinelli Corretora, José Carlos Amado.

Os investidores passaram o dia à espera de novidades no cenário político, como a apresentação de denúncia do procurador-geral da república, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer, o que deve ocorrer em breve.

Temer é alvo de inquérito autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa, em investigação que tem como base a delação do executivo da JBS Joesley Batista.

Na sexta-feira, a Polícia Federal concluiu que não houve edição na gravação da conversa entre Joesley e o presidente.

"Joga contra Temer o fato de a Polícia Federal ter concluído (em perícia) que a gravação do executivo da J&F não foi editada, o que vai contra a defesa do presidente e alimenta a cautela no Planalto, que já se mobiliza para definir reações a denúncia", escreveu a corretora Correparti em relatório a clientes.

O mercado também acompanhou o comportamento de parte das moedas no exterior, onde tinha baixa firme ante o rand sul-africano e o peso mexicano, entre outras.

De forma geral, o mercado estava reagindo às avaliações de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, pode não elevar muito os juros na maior economia do mundo.

Juros menores nos Estados Unidos ajudam a preservar a atratividade de outras praças financeiras, como a brasileira, evitando a saída de recursos.

O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,2 mil swaps cambiais tradicionais --equivalente à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem julho. Com isso, já rolou 5,740 bilhões de dólares do total de 6,939 bilhões de dólares que vence no mês que vem.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDólarGoverno TemerMichel TemerSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney