O recuo do dólar teve influência externa, onde a moeda norte-americana perdia força ante divisas de países emergentes, como os pesos chileno, mexicano e colombiano em dia de alta dos preços das commodities.
Além disso, o índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos caiu em março pela primeira vez em dez meses, sobre previsão de que ficaria estável. Com isso, os mercados respiraram melhor com a visão de que o Federal Reserve, banco central do país, não vai elevar os juros mais do que o esperado.
Em sua ata do último encontro de política monetária, o Fed continuou indicando que vê mais duas altas de juros este ano, além da de março.
Taxas maiores tendem a atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira.
Ajudou também na queda do dólar frente ao real a fala do presidente do Banco Central brasileiro, Ilan Goldfajn, de que o país tem colchões para enfrentar a recente volatilidade nos mercados financeiros, como elevadas reservas internacionais e estoque mais baixo de swaps cambiais tradicionais, o que seria um lembrete aos investidores que o BC está atento para atuar se julgar necessário.
"Hoje nós tivemos uma espécie de intervenção verbal (no dólar) e funcionou muito bem", segundo o diretor de Tesouraria de um grande banco estrangeiro.
Nesta sessão, o BC vendeu seu terceiro lote de 3,4 mil contratos de swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 510 milhões de dólares do total de 2,565 bilhões de dólares que vencem em maio.
Se mantiver esse volume e vendê-lo integralmente, o BC rolará o valor total dos swaps que vencem no próximo mês.
Mais cedo, o dólar chegou a subir em meio às tensões geopolíticas globais depois de troca de farpas entre Rússia e Estados Unidos devido ao uso de armas químicas na Síria.
Como pano de fundo, os investidores também continuaram cautelosos com o quadro político local e as eleições presidenciais deste ano.
(Edição de Camila Moreira e Patrícia Duarte)