Mercados

Dólar sobe com pessimismo sobre pacote de estímulo nos EUA

Secretário do Tesouro americano admite que seria difícil fazer e executar um plano de estímulo econômico antes das eleições presidenciais

Dólar sobe 0,34% e encerra próximo de 5,60 reais (Yuji Sakai/Getty Images)

Dólar sobe 0,34% e encerra próximo de 5,60 reais (Yuji Sakai/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 14 de outubro de 2020 às 09h32.

Última atualização em 14 de outubro de 2020 às 17h30.

O dólar subiu 0,34% nesta quarta-feira, 14,  e encerrou sendo vendido a 5,598 reais, após o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, sinalizar que não haverá pacote de estímulos antes das eleições, em 3 de novembro.

Embora Mnuchin e a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, tenham retomado as conversar sobre o tema nesta quarta, mais uma vez, não chegaram a um acordo. "Continuamos a progredir em certas questões, mas em certas questões continuamos distantes. Fazer algo antes da eleição e executá-lo seria difícil", disse Mnuchin em Conferência do Instituto Milken.

Além do maior pessimismo sobre um pacote de estímulo nos EUA, no mercado internacional, investidores estão preocupados com possibilidade de medidas de isolamento mais duras na Europa, que passa por uma nova aceleração do número de casos de coronavírus.

“O coronavírus é o principal tema do mercado. Há certa preocupação com um possível novo lockdown na Europa, com casos na Espanha, França, Reino Unido e agora Itália”, comenta Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.

No exterior, o índice Dxy, que mede o desempenho da moeda americana contra divisas desenvolvidas, teve leve queda puxada pela libra esterlina, que operou em alta por todo o dia. Segundo Laatus, a tom positivo para a moeda britânica tem relação com a esperança de um Brexit com acordo.

Contra moedas emergentes, o dólar opera de forma mista, subindo perante o rublo russo, mas perdendo força frente ao peso mexicano, a lira turca e a rúpia indiana.

No cenário interno, há algum otimismo sobre o andamento de reformas, com sinalizações de que a reforma tributária pode ser aprovada pela comissão mista ainda em dezembro. Na véspera, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, também disse que o texto da reforma poderia ser aprovado ainda neste ano, caso governo e deputados cheguem a um acordo até o fim do primeiro turno das eleições municipais.

Mas as questões fiscais seguem sob os holofotes. “Ontem, o BC vendeu 500 milhões de dólares. Sinal de que tem saída de dólar mesmo. O mercado está delicado”, comenta Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos.

Na véspera, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu em entrevista à CNN, que a questão fiscal tem pressionado o real, assim como a agenda ambiental do governo tem prejudicado a atração de investimentos estrangeiros.

Por aqui, foram divulgados dados do setor de serviços referentes ao mês de agosto, que ficaram acima das expectativas. No período, o setor teve crescimento de 2,9% ante 2,3% de alta esperados. Na comparação anual, no entanto, a queda foi de 10%.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólar

Mais de Mercados

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade

Após vender US$ 3 bilhões, segundo leilão do Banco Central é cancelado