Dólar: a moeda perdeu força que teve de manhã e logo passou a cair, reagindo ao fluxo cambial no mercado e à divulgação de dados mistos sobre construções de moradias iniciadas nos EUA (thinkstock)
Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2015 às 17h31.
São Paulo - O dólar terminou esta terça-feira, 16, com queda de mais de 1% ante o real, a despeito dos sinais mistos exibidos pela moeda no exterior, pressionado por fluxo positivo e pela notícia de que o governo chegou a um acordo para colocar em votação o projeto de lei sobre desonerações.
O recuo do dólar, somado a dados das vendas do varejo perto do piso da projeções, ajudou a pressionar as taxas de juros para baixo. A queda dos juros só não foi maior devido às preocupações em relação ao cenário político e ao ajuste fiscal.
No término do pregão, o dólar à vista fechou em R$ 3,0920 (-1,18%), no balcão. O volume de negócios totalizava US$ 707 milhões, segundo dados preliminares, perto das 16h30. No mercado futuro, o dólar para julho recuava 1,11%, aos R$ 3,1085.
A moeda abriu a sessão em alta, alinhada com a valorização no exterior em meio a tensões sobre a Grécia e refletindo cautela dos investidores em torno de votações de medidas do programa de ajuste fiscal.
No entanto, a moeda perdeu força logo em seguida e passou a cair, reagindo ao fluxo cambial no mercado e à divulgação de dados mistos sobre construções de moradias iniciadas nos Estados Unidos, que provocaram volatilidade do dólar no exterior.
As construções de moradias iniciadas nos EUA caíram 11,1% em maio, mais que a queda de 4,7% prevista, mas as permissões para novas obras - que são sinal de atividade futura - subiram 11,8%, contrariando o recuo de 3,9% esperado.
Os números alimentaram as especulações sobre a reunião de dois dias de política monetária do Federal Reserve, que termina amanhã, e será seguida da entrevista coletiva da presidente da instituição, Janet Yellen.
O dólar acelerou as perdas ao longo da tarde, renovando mínimas na sessão, à medida que os investidores ampliavam as compras em meio à notícia de que o governo aceitou dar tratamento diferenciado a quatro setores econômicos no projeto de lei que revê a política de desoneração da folha.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, era contra abrir essa brecha, mas acabou tendo de ceder hoje em nome de um acordo para assegurar a aprovação da proposta, na Câmara, ainda nesta semana.
Com a conclusão das negociações, devem ficar com uma recomposição de tributos mais suave os segmentos de comunicação social, transportes e call centers, além de alimentos que compõem a cesta básica.