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Dólar cai com exterior e encerra semana abaixo R$3,20

A moeda norte-americana recuou pela segunda semana consecutiva e registrou a maior queda semanal desde dezembro do ano passado, de 2,88%

Dólar: no exterior, o dólar recuava ante uma cesta de moedas e também ante divisas de emergentes (Foto/Thinkstock)

Dólar: no exterior, o dólar recuava ante uma cesta de moedas e também ante divisas de emergentes (Foto/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 14 de julho de 2017 às 17h47.

São Paulo - O dólar recuou e fechou abaixo de 3,20 reais nesta sexta-feira, após dados econômicos fracos nos Estados Unidos reduzirem as apostas de mais uma alta de juros este ano na maior economia do mundo e em meio a um ambiente mais tranquilo na cena política local.

O dólar recuou 0,73 por cento, a 3,1849 reais na venda, renovando o menor patamar desde o fechamento de 17 de maio, a 3,1337 reais, antes da divulgação dos áudios gravados pelo o empresário Joesley Batista e envolvendo o presidente Michel Temer, que agravaram a crise política.

A moeda norte-americana recuou pela segunda semana consecutiva e registrou a maior queda semanal desde dezembro do ano passado, de 2,88 por cento.

Na mínima da sessão, a moeda tocou em 3,1784 reais, também a mínima intrépida desde 17 de maio. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,9 por cento.

As vendas no varejo e os preços ao consumidor nos Estados Unidos em junho vieram mais fracos do que as expectativas, fazendo os rendimentos dos Trepareis caírem em meio às dúvidas sobre uma terceira alta de juros pelo Federal Reserve, o banco central norte-americano, ainda este ano.

"O Fed já tinha um tom mais brando nos últimos dias e os números de hoje dão força para a autoridade monetária ter uma política menos agressiva (de juros) mais à frente", avaliou o analista econômico da gestora Rio Gestão, Bernardo onGin.

Em depoimento no Congresso norte-americano nesta semana, a chair do Fed, Janet Yellen, disse que o país está saudável o suficiente para absorver futuras altas graduais de juros e lenta redução da carteira de títulos. Ela ponderou, no entanto, que dadas as estimativas atuais, os juros não teriam que subir muito mais.

No exterior, o dólar recuava ante uma cesta de moedas e também ante divisas de emergentes, como o peso mexicano e o peso chileno , influenciado pelos dados econômicos norte-americanos mais fracos do que os previstos.

"O cenário externo contribuiu bastante para o movimento do real este mês. Somado ao vento mais benigno interno, há espaço para o dólar ficar abaixo de 3,20 reais", acrescentou onGin.

Nesta semana, o governo conseguiu importantes vitórias, entre elas a aprovação da reforma trabalhista por placar folgado no plenário do Senado. Na véspera, a base governista rejeitou o parecer do deputado Serio Zveiter (PMDB-RJ), na Comissão de Constituição e Justiça, que recomendava a autorização para o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar a denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva.

"Com o recesso parlamentar no Brasil, o político sai um pouco da frente e o mercado passa a trabalhar em cima de fluxo, e com um Fed mais dovish (brando), tudo ajuda a enfraquecer o dólar", destacou o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,3 mil swaps cambiais tradicionais --equivalente à venda futura de dólares-- para rol agem dos contratos que vencem em agosto. Com isso, já rolou 2,075 bilhões de dólares do total de 6,181 bilhões de dólares que vence no mês que vem.

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