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Dólar cai com apostas na continuidade da política econômica

Essa avaliação ganhou algum corpo nesta semana após notícias de que aumentou a articulação política para que Rodrigo Maia assuma o comando do país

Dólar: "Os desdobramentos políticos não têm estressado o mercado", disse operador (iStock/Getty Images)

Dólar: "Os desdobramentos políticos não têm estressado o mercado", disse operador (iStock/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 7 de julho de 2017 às 17h37.

São Paulo - O dólar fechou com leve queda nesta sexta-feira, mas ainda rondando o patamar de 3,30 reais, com o mercado apostando na continuidade da atual política econômica mesmo com o eventual afastamento do presidente Michel Temer, denunciado por corrupção passiva.

Essa avaliação, que já vinha sendo precificada antes, ganhou algum corpo nesta semana após notícias de que aumentou a articulação política para que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assuma o comando do país.

O dólar recuou 0,58 por cento, a 3,2795 reais na venda, e acumulou queda de 1 por cento na semana. O dólar futuro recuava cerca de 0,50 por cento no final do dia.

"Os desdobramentos políticos não têm estressado o mercado. O Maia tem elogiado a equipe econômica e, embora ainda não seja um consenso, é visto como um nome possível para tocar as reformas", afirmou um operador de uma corretora nacional.

Notícias têm dado conta de que cresceu a articulação política para que Maia assuma o comando do país no lugar de Temer, denunciado após delações de executivos do grupo J&F. A avaliação do mercado é de que a equipe econômica continuaria, com foco na agenda de reformas, em especial a da Previdência, mesmo com eventual afastamento de Temer.

Neste cenário soma-se a pressão cada vez maior dentro do PSDB para deixar a base de apoio de Temer (PMDB).

O dólar, já no início dos negócios, recuou frente ao real, após dados de emprego nos Estados Unidos mostrando alta aquém do esperado na renda, mesmo com a criação de postos mais forte em junho.

"Mesmo com os dados do 'payroll', ainda vejo o mercado bastante dividido sobre o ritmo de altas de juros do Fed", disse mais cedo o operador de câmbio da corretora Spinelli José Amado.

Ele se referia a questionamentos no mercado sobre a possibilidade de o Federal Reserve, banco central norte-americano, não cumprir seu plano de elevar os juros mais uma vez neste ano, que ganharam corpo após uma série de indicadores econômicos mistos desde inflação a atividade econômica.

A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos em junho ficou acima do esperado, mas o aumento da renda média por hora, de 0,2 por cento no período, veio abaixo do projetado, mostrando que o mercado de trabalho pode não estar com tanto ímpeto.

No exterior, o dólar recuava frente a algumas moedas de países emergentes, como o peso mexicano.

O Banco Central brasileiro não anunciou intervenção no mercado de câmbio nesta sessão. Em agosto, vencem 6,181 bilhões de dólares em swap cambial tradicional --equivalente à venda futura de dólares.

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