Notas de dólar: às 9h20, o dólar avançava 1,51%, a 3,8811 reais na venda (Adam Gault/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 5 de maio de 2016 às 11h31.
São Paulo - O dólar caía pelo segundo dia seguido ante o real nesta quinta-feira, em linha com o exterior diante da recuperação nos preços do petróleo e em sessão novamente marcada pela ausência do Banco Central no mercado de câmbio.
Às 11h13, o dólar recuava 0,27%, a 3,5305 reais na venda, após cair 0,87% no pregão anterior e voltar a 3,54 reais. Na mínima deste pregão, chegou a 3,5080 reais.
"Está basicamente respeitando o exterior, com o dólar caindo por causa do petróleo", resumiu o superintendente regional de câmbio da SLW, João Paulo de Gracia Correa.
Os preços internacionais petróleo avançavam mais de 3% nesta sessão, com enorme incêndio florestal perto de áreas de extração no Canadá e a escalada de tensões na Líbia aumentando expectativas de investidores sobre redução da oferta de petróleo no curto prazo.
Com essa recuperação, o dólar perdia força no exterior em relação a moedas como os pesos mexicano e o chileno .
Também favorecendo a desvalorização da moeda norte-americana frente ao real estava a ausência do BC do mercado de câmbio.
Até o momento, a autoridade monetária não anunciou leilão de swap cambial reverso, equivalente a compra futura de dólares.
Caso fique de fora, será a segunda sessão seguida, após voltar ao mercado quando o dólar chegou a fechar abaixo de 3,45 reais no fim da semana passada.
De uma maneira geral, analistas consideram que a tendência para o dólar permanece de queda em meio às expectativas de mudança de governo com o avanço do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Na véspera, o relator do pedido de impeachment, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), apresentou parecer favorável à abertura do processo, como esperado, desclassificando as alegações de que o processo se trata de um golpe.
Na próxima semana, o Senado deve votar o afastamento da presidente e, caso seja aprovado, o vice Michel Temer assume o comando do país. Ele já indicou que o ex-presidente do BC Henrique Meirelles será seu ministro da Fazenda, o que tem agradado os mercados financeiros.
Os investidores também acompanhavam a notícia de que, nesta manhã, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki afastou Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato de deputado federal e, consequentemente, da presidência da Câmara em decisão liminar.
"O afastamento do Cunha tira um peso para o Temer... A saída dele é vista como positiva para a sociedade porque ele sairia da linha sucessória", disse Correa.
Matéria atualizada às 11h31