Dólar: a moeda dos Estados Unidos perdeu 0,56 por cento, para 2,2740 reais na venda (Ali Mohammadi/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 9 de agosto de 2013 às 17h15.
O dólar recuou ante o real pelo segundo dia consecutivo nesta sexta-feira e fechou a semana em queda, após o Banco Central atuar no mercado para afastar a moeda do patamar de 2,30 reais, que analistas consideram prejudicial à inflação.
A moeda dos Estados Unidos perdeu 0,56 por cento, para 2,2740 reais na venda. Na semana, a divisa acumulou queda de 0,61 por cento.
O volume de negociações continuou reduzido. Nesta sessão, ficou em 1,31 bilhões de dólares, abaixo da média diária de julho, de 1,7 bilhão de dólares.
"Lá fora as notícias vieram boas, mas o que mais influenciou a moeda foi a questão de o BC já ter entrado no mercado ontem e ter voltado a entrar hoje", disse o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, Jankiel Santos.
"Na cabeça de certas pessoas isso denota uma mudança de postura do BC. Agora, as pessoas estão com um certo medo de ele atuar mais pesadamente", acrescentou Santos.
A divisa dos EUA abriu em queda por conta de fortes dados econômicos da China e na expectativa de atuação do BC, já que a autoridade monetária havia realizado pesquisa de demanda de swap cambial tradicional após o fechamento do pregão de quinta-feira.
O leilão acabou se concretizando justamente quando a queda perdia fôlego e a cotação se aproximava da estabilidade. Como havia demanda, o BC vendeu todos os 20 mil contratos de swap cambial tradicional --equivalente à venda de dólares no mercado futuro. Os papeis têm início para 12 de agosto de 2013 e vencimento em 2 de janeiro de 2014. E o volume financeiro foi de 993,9 milhões de dólares.
"O BC aproveitou o movimento (de queda) para alcançar seu objetivo", afirmou o economista-chefe da Gradual Investimento, André Perfeito. "O BC quer fazer um movimento agora (...) para desvalorizar o dólar", emendou.
Novos sinais de recuperação econômica da China fizeram o dólar perder fôlego logo na abertura, levando investidores a aumentar apetite por risco, segundo o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca. "A realidade melhor em relação a China foi o melhor aspecto que aconteceu nesta semana", afirmou ele.
A produção industrial da China cresceu 9,7 por cento em julho ante o ano anterior, o ritmo mais rápido de crescimento desde o início do ano, ampliando o volume de dados que sugere que a segunda maior economia do mundo pode estar se estabilizando após mais de dois anos de desaceleração do crescimento.
O novo cenário da economia chinesa também fazia com que o dólar se desvalorizasse em relação a outras moedas de países exportadores de commodities como o dólar australiano que estava em alta de cerca de 1 por cento em relação à divisa dos EUA.