Dólar: "Os dados positivos da China ajudam o Brasil, sobretudo nas exportações. Os números da balança comercial (brasileira) também vieram bons" (foto/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 3 de janeiro de 2017 às 17h17.
São Paulo - O dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira diante de dados favoráveis da China que animaram os investidores pela perspectiva de melhora na economia global e entrada de recursos estrangeiros.
O dólar recuou 0,59 por cento, a 3,2624 reais na venda, após ter saltado 1 por cento na sessão anterior e bater 3,2469 reais na mínima do dia. O dólar futuro tinha variação negativa de cerca de 0,80 por cento no final desta tarde.
"A queda do dólar parece ocorrer pelo mesmo motivo do fim do ano passado. Há entrada de recursos com os investidores tentando aproveitar as altas taxas de juros", afirmou o operador de uma corretora, referindo-se à Selic, hoje a 13,75 por cento ao ano, uma das mais altas do mundo.
Os indicadores da China também ajudaram no movimento de queda do dólar, pelo fato de o Brasil ser exportador de commodities para o país asiático, o que poderia trazer mais recursos ao mercado interno.
Além disso, com dados mais positivos na segunda maior economia do mundo, a percepção de melhora na atividade global também animou o mercado.
A atividade industrial chinesa avançou mais do que o esperado em dezembro, com a produção alcançando a máxima em quase seis anos, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit.
"Os dados positivos da China ajudam o Brasil, sobretudo nas exportações. Os números da balança comercial (brasileira) também vieram bons", afirmou o sócio-gestor da gestora Leme Investimentos, Paulo Petrassi.
Na véspera, foi divulgado que a balança comercial do Brasil encerrou 2016 com superávit recorde de 47,692 bilhões de dólares.
A moeda norte-americana chegou a abrir em alta nesta sessão, acompanhando o cenário internacional e chegando à máxima do dia de 3,2931 reais, mas inverteu a tendência.
O dólar avançava cerca de 1 por cento frente a uma cesta de moedas, chegando a bater a máxima de seis dias.
O Banco Central brasileiro não anunciou nenhuma intervenção no mercado de câmbio neste pregão, estando de fora desde o último dia 13 de dezembro.