O dólar não sustentou a alta com que iniciou os negócios nesta quinta-feira e já operava abaixo de 3,40 reais (Gary Cameron/Reuters)
Reuters
Publicado em 11 de abril de 2018 às 13h20.
São Paulo - O dólar não sustentou a alta com que iniciou os negócios nesta quinta-feira e já operava abaixo de 3,40 reais, com algum alívio no exterior favorecendo uma correção local após a alta recente.
Às 13:03, o dólar recuava 0,47 por cento, a 3,3955 reais na venda, depois de ter tocado a máxima de 3,4242 reais no dia e acumular no mês, até a véspera, alta de 3,37 por cento. O dólar futuro caía cerca de 0,40 por cento.
"Depois que furou (o patamar de) 3,40 reais, o dólar aprofundou mais a queda", afirmou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.
Os preços ao consumidor nos Estados Unidos caíram em março pela primeira vez em dez meses, sobre previsão de que ficaria estável. Com isso, os mercados respiraram melhor com a visão de que o Federal Reserve, banco central do país, não vai elevar os juros mais do que o esperado.
Taxas maiores tendem a atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira.
No exterior, o dólar seguia em baixa ante uma cesta de moedas e passou a perder força ante divisas de países emergentes, por exemplo, os pesos chileno e mexicano.
Ajudou também na queda do dólar frente ao real a fala do presidente do Banco Central brasileiro, Ilan Goldfajn, de que o país tem colchões para enfrentar a recente volatilidade nos mercados financeiros, como elevadas reservas internacionais e estoque mais baixo de swaps cambiais tradicionais, o que seria um lembrete aos investidores que o BC está atento para atuar se julgar necessário.
Nesta sessão, o BC vendeu seu terceiro lote de 3,4 mil contratos de swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 510 milhões de dólares do total de 2,565 bilhões de dólares que vencem em maio.
Se mantiver esse volume e vendê-lo integralmente, o BC rolará o valor total dos swaps que vencem no próximo mês.
Mais cedo, o dólar chegou a subir em meio às tensões geopolíticas globais depois de troca de farpas entre Rússia e Estados Unidos devido ao uso de armas químicas na Síria.
Como pano de fundo, os investidores também continuavam cautelosos com o quadro político local e as eleições presidenciais deste ano.