Dólar: "Nesse momento, o mercado está acreditando que Temer fica no cargo" (Ingram Publishing/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 8 de junho de 2017 às 17h21.
São Paulo - A percepção de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode não cassar o presidente Michel Temer fez o dólar inverter a trajetória de alta e fechar a quinta-feira em queda ante o real, pelo terceiro pregão seguido, já que esse cenário pode dar fôlego às reformas em andamento no Congresso Nacional.
O dólar recuou 0,21 por cento, a 3,2652 reais na venda, acumulando queda de 0,70 por cento em três sessões.
Na máxima do dia, a moeda norte-americana atingiu 3,2900 reais e, na mínima, 3,2622 reais. O dólar futuro tinha leve baixa de 0,17 por cento no final da tarde.
"Nesse momento, o mercado está acreditando que Temer fica no cargo. Ele ganharia fôlego que pode resultar em apoio para aprovar as reformas", disse o diretor da mesa de câmbio da corretora MultiMoney, Durval Correa, referindo-se às reformas trabalhista e da Previdência.
À tarde, os ministros do TSE decidiram excluir quaisquer provas produzidas durante a instrução do processo referentes à Odebrecht, inclusive o depoimento de seus executivos, e aos marqueteiros João Santana e Mônica Moura.
Dessa forma, a tendência da corte é absolver Temer, que poderia ter o mandato cassado, e Dilma, que está sob o risco de ser proibida de concorrer a cargos eletivos.
O mercado financeiro vinha apostando no cenário de queda de Temer, mas começaram a aparecer algumas avaliações de que o presidente pode concluir o seu mandato, até o fim de 2018.Entretanto, a cautela ainda prevalecia, sempre por conta de temores com o andamento da reforma da Previdência.
O cenário externo também manteve o mercado doméstico em alerta nesta chamada "Quinta-feira da Tripla Ameaça", com as eleições gerais no Reino Unido, entre outros.
O dólar subia ante uma cesta de moedas nesta sessão, após o Banco Central Europeu (BCE) sinalizar que não planeja novos cortes nas taxas de juros.
O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,2 mil swaps cambiais tradicionais --equivalente à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem julho.
Com isso, já rolou 1,230 bilhão de dólares do total de 6,939 bilhões de dólares que vence no mês que vem.