Dólar; "O governo tenta votar o tema (reforma previdenciária) na semana que vem em meio a protestos" (Ricardo Moraes/Reuters)
Reuters
Publicado em 27 de novembro de 2017 às 17h51.
São Paulo - Após breve intervalo na sessão anterior, o dólar voltou a fechar em baixa nesta segunda-feira e chegou um pouco mais perto dos 3,20 reais, influenciado pelo recuo da moeda ante divisas de emergentes no exterior e com os investidores monitorando o noticiário político local em busca de pistas sobre as chances de votação da reforma da Previdência ainda este ano.
O dólar BRBY recuou 0,38 por cento, a 3,2202 reais na venda. Na sexta-feira, a moeda havia subido 0,31 por cento, após ceder nas cinco sessões anteriores.
Na mínima, registrou 3,2140 reais e, na máxima, 3,2345 reais. O dólar futuro DOLc1 tinha baixa de cerca de 0,45 por cento.
"O governo tenta votar o tema (reforma previdenciária) na semana que vem em meio a protestos... a Câmara tem apenas três semanas para tentar aprovar, além da reforma da Previdência, as MPs mais urgentes", afirmou a Correparti Corretora em relatório. A princípio, a Congresso trabalha até dia 22 de dezembro, para depois entrar em recesso.
Nesta segunda-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que se for necessário ceder em alguns pontos da proposta enxuta de reforma da Previdência para aprovar o texto, será mantido o diálogo.
Em evento em São Paulo, ele também sugeriu que, se o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, quiser aprovar a proposta como está, que garanta 308 votos na Casa.
No mesmo evento, Meirelles repetiu que são inegociáveis na reforma a idade mínima de aposentadoria, a regra de transição e a unificação dos sistemas privado e público.
Apesar das incertezas que ainda rondam a possibilidade de votação da reforma, o dólar, por ora, deve continuar operando mais fraco.
"O dólar deve continuar sua trajetória de queda, flertando com os 3,20 reais nos próximos dias. Entretanto, quaisquer notícias negativas em relação ao andamento da reforma da Previdência podem trazer pressão pontual à moeda", destacou a Correparti.
O recuo da moeda nesta sessão foi influenciado pela sua trajetória no exterior, onde perdia ante uma cesta de moedas e também ante divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e o peso mexicano.
O dólar mostrava fraqueza lá fora uma vez que a inflação persistentemente fraca nos Estados Unidos é vista como um problema para novas altas de juros pelo Federal Reserve, banco central dos EUA.